domingo, 28 de fevereiro de 2016

Arsênico no vinho? Sério? Leia de novo......

Há pouco mais de um mês, correu uma notícia nas redes sociais sobre quantidades alarmantes de arsênico no vinho. Eu li as notícias dos Estados Unidos e vi que alguns blogs nacionais repassaram a notícia.
Assim que eu li, eu tomei a notícia com bastante cautela, afinal envolvia advogados, um processo milionário e um país chamado EUA. Não precisa ser advogado (basta ver os seriados americanos) para saber que havia um interesse secundário no processo, além do bem estar dos bebedores de vinho e da paz mundial. Pois bem.
Vinho é feito de uvas e é uma atividade agrícola. Por mais glamour que tenha e, apesar dos preços altos alcançados, uva é um produto da terra, que está sujeito a pestes, doenças, vírus, bactérias. Foi por essa razão, que no final do século XIX quase todos os vinhedos da Europa foram dizimados, por uma peste chamada Filoxera. Ela foi trazida dos EUA (as plantas americanas são imunes à doença) e pouco a pouco devastou vinhedos da Inglaterra ao Sul da Itália. A Filoxera se espalhou para outras regiões do mundo também, e hoje, somente partes do Chile e da Austrália são livres de Filoxera, mas tem normas de quarentena super rígidas. Porque estou falando isso? Para dizer que a única forma de proteção contra essas ameaças são pesticidas (ainda que naturais, como usados nos vinhos “bio”), herbicidas e, no caso da Filoxera, enxerto em raízes americanas.
Com isso, sempre vai haver um residual de alguma coisa no vinho, assim como há no tomate ou na água que consumimos. Alguns países, como o Canadá, Japão e a União Européia, limitam a quantidade de arsênico no vinho. Os Estados Unidos não tem esse limite, somente para a água.
A questão foi que o autor do processo de indenização levou em consideração o limite de arsênico na água, para o vinho. Mas peraí: eu bebo 8 copos de água por dia e somente 1 taça de vinho. E aí que está o problema. Eles levaram em consideração que uma pessoa normal beberia igual quantidade de vinho e água e com isso o limite de arsênico estaria fora do padrão.
Tirando o ator francês Gerard Depardieu, que diz beber 14 garrafas de vinho por dia, eu não conheço ninguém que beba 2 litros de vinho por dia, 365 dias por ano. Assim, fique tranquilo, que estamos livres do arsênico.
Dias depois das notícias, o Instituto do Vinho dos Estados Unidos, uma associação de mais de 1000 produtores da Califórnia, publicou um comunicado, dizendo que a saúde e a segurança dos consumidores era de extrema importância para eles e explicou sobre os limites de arsênico. Também falou que “o arsênico é encontrado no ambiente natural do ar, solo e água e comida.”
Por fim, vale lembrar que uma quantidade enorme de vinhos dos Estados Unidos é exportado para o mundo inteiro, inclusive para o Japão e União Européia. Assim, apesar de não haver limite de arsênico “em casa”, para exportar esse vinho, o produtor tem que cumprir com as normas dos outros países.
Assim, esqueça o processo judicial milionário e continue bebendo seu vinho, com moderação.

Loja de vinhos em Paris oferece cursos em português e armazenagem gratuita de vinhos....

As caves Legrand, loja de vinhos no coração de Paris, vai oferecer, a partir de maio deste ano, cursos de degustação em português. A ideia é atender a crescente demanda de clientes e turistas brasileiros, interessados em aprender e comprar vinhos franceses.
Serão aulas com duração de 3 horas cada uma. O curso principal é dedicado aos Grandes Crus e inclui vinhos de regiões famosas, como Margaux, em Bordeaux, Gevrey-Chambertin, na Borgonha, ou, ainda, Côte Rotie, na região do Rhône. Há ainda uma aula dedicada à degustação de vinhos brancos e outra de vinhos de pequenos produtores.
Durante cada seção, serão degustados 6 vinhos franceses, acompanhados de amuses-bouches e tira-gostos harmonizados, como queijos, frios, canapés, antepastos e frutas.
As degustações fazem parte de um projeto mais amplo que têm como foco os consumidores brasileiros. Além dos cursos em português, a casa também investiu na contratação de um profissional especializado para atender a clientela brasileira.
Outra novidade, é o serviço de estocagem gratuito das garrafas compradas pelos clientes brasileiros. Os vinhos podem ser comprados pessoalmente ou por telefone, e a partir de uma certa quantidade, poderão ser armazenados, sem custo, por um período de até dois anos.
Inaugurada em 1880, Legrand é uma das mais bonitas, prestigiosas e completas caves de Paris. Tem mais de 5 mil rótulos, de 360 produtores, incluindo desde os maiores crus franceses, até vinhos raros de pequenos produtores. A programação dos cursos pode ser consultada no site da Legrand: http://www.caves-legrand.com/fr/paris/agenda-reservation.
Reservas e mais informações também podem ser obtidas diretamente, em português ou em francês, pelo email : ana-carolina@caves-legrand.com
Boa semana!

Pesquisa mostra que homens gastam o dobro com bebidas do que as mulheres.

Quem você acha que gasta mais com bebidas alcoólicas? Homens ou mulheres?
Uma pesquisa recente feita pelo site inglês vouchercodes.co.uk determinou que os homens gastam o dobro do que as mulheres em bebidas alcoólicas. A pesquisa foi feita levando em conta o consumo on-trade, ou seja em bares, restaurantes e clubes.
Claro que esta empresa nunca viu o meu extrato de cartão de crédito (ainda bem), mas o resultado dessa pesquisa só parece plausível já que os homens costumam pagar a conta dos restaurantes ou mesmo pagam bebidas às mulheres em bares.
Mas, se houvesse uma pesquisa com gastos em supermercados, eu tenho certeza que as mulheres seriam as que mais gastariam.
Na sua casa, quem gasta mais com bebidas alcoólicas? Aqui em casa o meu gasto com vinhos é disparado com relação ao meu marido. 😉

Baron D'Arignac ganha novos blends e rótulos....

São Paulo - A linha de vinhos Baron D'Arignac, da produtora Les Grands Chais de France, foi totalmente reformulada.
Os vinhos ganharam novos blends. Com eles, novas garrafas e rótulos.
No Brasil, chegaram aos mercados as versões tinto, rosé, espumante brut e tinto Moelleux.
Continua presente o brasão da marca em relevo, se destacando no design como um todo e reafirmando a história da vinícola.

Marca cria 'vinho para homens' que vem em lata.....

É o vinho "Mancan", um vinho que vem em latas - em vez das tradicionais garrafas.
O nome mistura "man" (homem) com "can" (lata).
A ideia é justamente essa: uma "bebida para homens". Pela lógica da marca, homem "de verdade" só bebe em latas.
Sim, o branding da marca é totalmente machista: beber vinho e apreciá-lo em taças é "afeminado". Logo, a única maneira de bebê-lo com dignidade é em uma lata bem máscula (como se fosse uma cerveja).
Feito de uvas da Califórnia, o lançamento existe nas versões vinho tinto, vinho branco e champagne. O pack com 24 latas está saindo por 77 dólares.
A embalagem traz uma descrição que reforça a visão da marca. No texto, ela diz que "vinho é para beber, não para apreciação" e que as "notas" do vinho são "mais para rock que para clássica".
Depois de mandar "Faça-nos um favor e não fale do 'aroma'", a marca finaliza com "Cale a boca e beba!".
No Twitter, algumas pessoas repararam no curioso produto nas prateleiras. Alguns brincaram com a ideia de que a lata não pode ser usada por mulheres. https://youtu.be/7ZQkKAGgfQM

Cervejas artesanais ganham peso em Portugal, país dos vinhos.....

Lisboa - Longe das grandes indústrias, o nicho das cervejarias artesanais de Portugal se posiciona no mercado local como uma alternativa, que mistura tradição e inovação, à maneira clássica de consumir cerveja.
A tendência da recuperação de técnicas milenares para fabricar novas cervejas se instalou em território luso há pouco mais de três anos, com a criação dos primeiros estabelecimentos de consumo e o surgimento de produtores locais.
Antes só havia um grupo de fiéis seguidores que produziam de forma artesanal em suas casas, ou viajavam para saborear cervejas diferentes das marcas populares.
Na atualidade existem mais de 20 microprodutores que dão dinamismo e sofisticação ao setor em Portugal, segundo dados da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV).
Embora os números sejam ainda muito modestas em comparação com outros países europeus - onde a cerveja artesanal é um fenômeno -, já há cerca de uma centena de cervejas deste tipo produzidas no país, o que reflete um crescimento expressivo nos últimos anos.
Especialmente significativo é este aumento se for levado em conta que, em Portugal, o vinho continua sendo a grande referência na hora de sentar-se à mesa.
Segundo Rui Matias, proprietário da Cerveteca - o primeiro estabelecimento dedicado exclusivamente a este produto -, se estima que há entre 30 e 50 tipos de cervejas diferentes, em função dos métodos de produção e dos ingredientes utilizados - malta, lúpulo, trigo, frutas vermelhas ou amarelas -, que são os que finalmente definem o aroma, cor, sabor, espuma ou teor alcoólico.
Entre as categorias mais conhecidas no âmbito artesanal estão a India Pale Ale (IPA), Wit, Stout, Porter, Tripel, Saison, Dubel, Tribel e Blonde.
"Há cervejas que se mantiveram sempre iguais, com receitas de 1600, e outras que partem de receitas históricas, mas também há muitas inovações, como cervejas envelhecidas em barris de uísque", afirmou Matias à Agência Efe.
Na concepção de uma cerveja artesanal, há dois fatores fundamentais: a variedade de ingredientes e, sobretudo, uma baixa mecanização no processo de fabricação.
Com uma carta que oferece mais de cem opções de cervejas de estilos e nacionalidades diferentes, a aposta principal da Cerveteca são os produtos menos conhecidos, "tipos quase marginais de cerveja".
Sérgio Romão, sócio-gerente da cervejaria artesanal Oitava Colina, considera que o desafio está mais em mudar a forma de consumir a cerveja.
"A cerveja artesanal acaba, muitas vezes, por entrar no território do vinho, ou seja, por acompanhar uma boa comida por exemplo", comentou à Efe.
Hoje em dia, nos restaurantes e bares da capital lusa é cada vez mais frequente encontrar cervejas belgas, dinamarquesas, suecas, junto às típicas cervejas portuguesas.
A Oitava Colina, no bairro lisboeta da Graça, produz as cervejas "Urraca Vendaval", do tipo India Pale Ale (IPA); "Zé Arnaldo", do tipo Robust Porter; e "Florinda", do tipo Lager.
Os rótulos mostram um personagem em cada uma delas, cuja personalidade se assemelha ao tipo de cerveja, acompanhado de ilustrações do artista urbano português gonçaloMAR.
Além disso, a marca propõe acompanhamentos com entradas e pratos, ou temperaturas ideais de consumo, entre outras sugestões.
De acordo com Romão, o setor se organizou para reeducar o mercado consumidor, baseando-se no princípio da pluralidade de tipos, marcas e assinaturas.
"Isto não é uma moda, é uma mudança na forma como se consome a cerveja", destacou.
Na busca por particularizar o produto, o setor pesquisa novas fórmulas com ingredientes nacionais, como é o caso da cerveja "Letra on Oak", da fábrica Cerveja Letra, envelhecida em casco de vinho do Porto.
"Felizmente, temos coisas típicas muito boas para ajudar a criar um produto único", ressaltou Sérgio Romão, citando fórmulas que incluem o uso de laranjas da região do Algarve (sul), o lúpulo português ou inclusive o conhaque que se produz em Lourinhã (centro).

Oito mudanças que ocorrerão no mundo do vinho em 2016...

(Bloomberg) - O impacto da mudança climática e as novas tecnologias (como a possibilidade de verificar o preço dos vinhos pelo smartphone) estão no meu radar vinícola para 2016. Os espumantes, especialmente o prosecco, continuam com tudo, mas a "onda premium" vem aí. Idem para o rosé.
O futuro parece próspero para o vinho, apesar de a cerveja e a cidra artesanais estarem chamando muito a atenção. Mesmo assim, nunca tantas pessoas (especialmente nos EUA e no Reino Unido) optaram por garrafas tão caras - mas você também consegue se virar maravilhosamente bem com menos de US$ 50. O fato de que "vinho tinto" seja a nova cor da moda para os sapatos também ajuda.
Eis as previsões da minha taça de cristal para o ano que vem.
Espumantes ingleses vão deslanchar
A conscientização mundial quanto à qualidade do espumante inglês recebeu um enorme impulso quando a fabricante francesa de champanhe Taittinger anunciou no início de dezembro que comprou terrenos de vinhedo em Kent e pretende produzir vinhos espumantes de alta qualidade com a marca Domaine Evremond. Minha previsão é de que outras fabricantes de champanhe farão o mesmo.
Vinhos "naturais" serão tendência dominante
Antes adotados apenas por um minúsculo grupo purista, o vinho "natural" deve atrair um público muito maior, especialmente em restaurantes pequenos da moda (e também de alto nível) com sommeliers curiosos. Nova York, por exemplo, ganhou três novos bares de vinho natural em 2015, como o preferido do setor, Wildair, e The Four Horsemen, o projeto de James Murphy, da banda LCD Soundsystem, no Brooklyn, classificado com duas estrelas.
A uva de 2016 será... cabernet franc
Dezenas de variedades exóticas e obscuras com nomes impronunciáveis vão dar o que falar, mas o cabernet franc está seriamente maduro para ter seu momento de glória. A uva tinta mais importante do Vale do Loire (que também está dando o que falar), na França, o cabernet franc é uma estrela em ascensão no Chile, na Argentina, na África do Sul e nos EUA. Por quê? Trata-se de uma variedade extremamente versátil que produz vinhos aromáticos e elegantes, com notas terrosas, picantes e de ervas, e com uma acidez pululante que combina com os alimentos.
A Itália será a próxima Borgonha
A Borgonha continua com tudo e vem atraindo muito dinheiro nos leilões. Mas, como o comércio dos vinhos de alto nível de Bordeaux está caindo no mercado internacional de vinho Liv-ex e os vinhos da Borgonha parecem aptos apenas para bilionários, os tintos italianos como Ornellaia, Sassicaia e o Brunello di Montalcinos 2010 parecem bagatelas. Mas acho que Piemonte será o próximo território colecionável para os amantes dos vinhos caros da Borgonha. Barolo e Barbaresco oferecem uma enorme quantidade do que há de melhor na Borgonha: vinhos tintos complexos de vinhedos únicos, de terroir, boa harmonização com os alimentos e aromas maravilhosos.
Visitas a vinícolas extremamente luxuosas
Como os vinhos de alta gama estão sendo vendidos a valores absurdos, quem se surpreenderia se as visitas a vinícolas seguissem pelo mesmo caminho? Castello di Amorosa, no Vale de Napa, uma recriação de um castelo toscano do século 13 com 107 quartos, salas de fermentação e uma adega de barris, deu o pontapé inicial das visitas caras e exclusivas a vinícolas. Os pacotes VIP custam de US$ 1.000 a US$ 20.000, o que poderia incluir um barril marcado com seu nome, um álbum com capa de couro para suas fotos tiradas por um fotógrafo profissional durante o dia de visita, 288 garrafas de cabernet sauvignon de seu próprio barril, com etiquetas personalizadas, e até uma caixa com 15 charutos Montecristo da coleção Platinum.
Vinhos por taça estarão de volta no futuro
Uma série de tendências convergentes vai resultar em vinhos melhores - e em muito mais quantidade - vendidos por taça em restaurantes de todos os lugares. Consumidores curiosos estão querendo expandir o paladar; o aumento do número de bistrôs informais voltados para os vinhos reflete o modo em que comemos e bebemos; e agora está disponível uma inovadora tecnologia de conservação de vinho.
Ascensão dos wine trucks
Dada a popularidade dos food trucks, os comerciantes de vinho de Saint-Émilion decidiram lançar seu próprio wine truck - um antigo furgão Citroën vermelho reluzente de 1976, com a frase "Saint-Émilion Wine Trip" estampada na lateral. Essa sala de degustação sobre rodas fará de 15 a 20 paradas em festivais de jazz, feiras de vinho e mercados de antiguidades em quatro regiões da França - no sudoeste do país, em Pas de Calais, na Bretanha e na Alsácia - a partir de março de 2016. Um motorista e sommelier servirá os 16 vinhos ambulantes, junto com fabricantes de vinhos, que chegarão em cada parada.
Sem dúvida outras regiões vinícolas perceberão esse potencial. Napa, ligue seus motores.
A categoria "vinho de celebridades" vai crescer
Cada vez mais, os vinhos são etiquetados com o nome de programas de TV (Downton Abbey), times de beisebol, estrelas da NFL, atores como Diane Keaton, livros e filmes (Cinquenta tons de cinza).
Agora que as empresas de relações públicas consideram que vinhos brancos e tintos são um modo de ampliar a marca de praticamente qualquer coisa, inclusive restaurantes, tenho certeza de que muitos mais surgirão em 2016. (Apesar de não ter tanta certeza de que a estranha combinação com vinhos riesling da região de Finger Lakes acrescente alguma coisa à imagem dos New York Yankees).