quarta-feira, 11 de abril de 2018

Pelo ar....

Em meio à principal estrada do vale de Colchagua, a Viña Estampa dá um toque de modernidade com sua bodega de aço, cimento e teto curvo Um milagre de uma "estampa" (conhecida no Brasil como santinho - aquele papelzinho com a imagem de um santo e uma oração no verso) voadora, fato ocorrido em Santiago do Chile no século XVIII, foi a razão do nome da Viña Estampa - localizada no km 45 da principal estrada do vale de Colchagua, a "Carretera del Vino" (Rodovia do vinho). Reza a lenda que um caixeiro viajante estava oferecendo santinhos para os passantes na Plaza de Armas, na capital do país. De repente, ele percebeu que uma "estampa" com Nossa Senhora de Carmen estava voando milagrosamente sobre sua cabeça. Depois de meia hora de vôo diante de uma grande multidão aturdida, a imagem foi de uma lado para o outro da praça, atravessando o rio Mapocho, até pousar aos pés de uma mulher que lecionava o catecismo a seus filhos. No local, foi erguida uma igreja chamada de "La Estampa Voladora de Nuestra Señora del Carmen" em homenagem ao milagre. Pouco depois, Don Manuel González Dieguez, imigrante espanhol, comprou um moinho de trigo - para fabricar farinha - que ficava próximo à igreja, batizando- o de "Molino La Estampa". Assim começou a história da família González, hoje González-Ortiz, cuja experiência com os moinhos se transplantou para outras áreas de tecnologia de alimentos e alcançou o vinho mais recentemente. Fotos: Divulgação Modernidade Assim, eles construíram a Viña Estampa, dita como sendo a primeira bodega dedicada à produção de vinhos de assemblagem no Chile. O projeto vanguardista começou a ser feito em 1999, a pedido da família, que já possuía, desde 1995, as vinhas de 200 hectares na região. Os González-Ortiz queriam criar uma imagem forte para a empresa, algo que ficasse marcado na mente das pessoas, que serviria também para ficar gravado no rótulo de seus vinhos. Foi aí que os arquitetos Claudio Blanco e Lorena Andrade (marido e mulher, donos de um escritório de arquitetura) - que já haviam ajudado a desenvolver o projeto da belíssima bodega de Haras de Pirque (cujo edifício é em forma de ferradura, retratado na Enoarquitetura da edição 19 de ADEGA), no vale do Maipo - assumiram o desafio de criar algo moderno e funcional. Para isso, eles tiveram que trabalhar junto com o enólogo, que os aconselhou sobre como tratar a parte tecnológica da vinificação. O resultado espetacular - com um desenho do teto ondulado e uma claridade sem igual - viu-se em 2001, quando a obra ficou pronta. Os arquitetos, influenciados pelas novas tendências da "indústria" (ou seja, neste caso o processo de fabricação do vinho), queriam que tudo ficasse à mostra dos visitantes. Esta é a tendência atual em todos os lugares: mostrar, não esconder

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