sexta-feira, 25 de abril de 2014

Embarque nessa: 10 australianos com Shiraz....

A degustação do mês apresenta vinhos da terra do canguru em uma faixa média de preços, com boa avaliação
A Austrália é um país que surpreendeu o mundo do vinho há pouco mais de 20 anos, sobretudo quando seus enólogos passaram a correr o planeta oferecendo consultorias e surpreendendo com suas novas técnicas de vinificação. Credita-se a eles a ideia do “vinho de sarrafo”, truque que consiste em colocar pedaços de carvalho novo nas cubas de aço para tonificar o vinho com o gosto da madeira. Por sua enorme produção tornou-se um grande exportador, gerando a crítica mais comum: a da padronização de aromas e sabores, liderando a lista daquilo que se convencionou chamar, meio pejorativamente, de “vinhos do Novo Mundo”.
A falta de identidade própria alegada pelos críticos mais ferozes pode ser creditada ao fato de que o país, possuindo cerca de 800 vinícolas, tem seu mercado dominado por apenas quatro grandes grupos – BRL Hardy, Mildara-Blass, Orlando e Southcorp Wines, que não expressam as pequenas diferenças de clima e solo em seus produtos, ao utilizar uvas de várias regiões. Por isso, as pequenas vinícolas se esforçam para oferecer uma identidade que fuja do padrão das grandes empresas. Mesmo estas produzem alguns rótulos de exceção, mas o preço escapa daquela que é a maior virtude do vinho australiano: a boa relação custo/benefício.
As variedades de uvas mais plantadas são: em primeiro lugar a Shiraz (a Syrah do sul da França), Cabernet Sauvignon, Grenache, Pinot Noir, Sultana, Muscat Gordo Blanco, Chardonnay, Riesling, Semillon e Colombard. O Estado de South Australia domina o mercado de vinhos, com seis das principais regiões produtoras (Barossa, Clare Valley, McLaren Vale, Adelaide Hills, Coonawarra e Riverland). Outras regiões também importantes são Hunter Valley, perto de Sydney; Yarra Valley e Mornington Peninsula, próximas a Melbourne; Margaret River, próxima a Perth e a Tasmânia.
A degustação de GULA mostrou que esses vinhos não são exatamente padronizados, com nuances bem marcadas de acordo com sua procedência ou vinificação. Há diversidade no que poderia ser previsível. São vinhos que representam uma boa possibilidade para o consumidor brasileiro, com os oito primeiros colocados na mesma faixa média de preço e uma qualidade que justifica sua compra.
Para a agradável tarefa de provar os caldos australianos, GULA contou com a taça em riste dos enófilos Luiz Bueno da Silva e Ilton Magalhães, aos quais a revista agradece.

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