quinta-feira, 16 de julho de 2015

Renascimento de uvas esquecidas na Serra Gaúcha.....

A Inglaterra é um dos maiores consumidores de vinhos de mundo (Foto: reprodução/cambridgewine.com)
No mundo do vinho, quer queiram ou não a Inglaterra dita as regras de comercialização. O país é um grande consumidor de vinho, paga bem e a preferência local acaba gerando grande influência nos produtores mundiais do nobre fermentando.
Influência comercial Até pouco tempo atrás os vinhos globalizados eram ou queriam ser tintos com forte concentração e barricados. No mínimo um ano de barril de carvalho. Mais tarde o sucesso foram os vinhos com alto teor alcoólico, algo em torno de 14% ou mais. Mas, felizmente, o mercado dá sinais que estes vinhos mais “pesados” e sempre com tradicionais uvas, estão perdendo força nas prateleiras.
Além da globalização dos gostos, o grande problema era que nem todas as regiões viticultoras possuem terroir para a produção deste estilo de vinho. Aí entra a intervenção química para tentar adequar a bebida ao estilo comercial.
O mercado está mudando para vinhos mais leves e sem madeira O mercado está mudando para vinhos mais leves e sem madeira
Na famosa curva de Gauss sempre existem as exceções que estão em minoridade. Numa das pontas, em movimento totalmente oposto, alguns países europeus reiniciaram o plantio de uvas esquecidas, muitas destas erradicadas para o plantio das tidas castas comerciais, como a Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Merlot, etc.
A volta de uvas esquecidas
Desta maneira Portugal readequou várias uvas esquecidas, como a Bastardo. A Itália, na Toscana, a Foglia Tonda. No Brasil, na Serra Gaúcha, vemos o renascimento de algumas castas que vieram com os imigrantes do Vêneto, se adaptaram muito bem, mas que perderam espaço para as tidas uvas da “moda”.
No caminho da diversidade somado com a perfeita adaptação, alguns produtores estão reiniciando o plantio destas variedades. Um ressurgimento mais do que bem-vindo.
Assim, hoje, vemos com orgulho uvas como as tintas como a Marzemino, Ancelotta, Teroldego, Lagrein e a piemontesa Barbera. Nas brancas o sucesso fica por conta da Peverella. Interessante este ressurgimento porque são uvas perfeitamente adequadas ao clima da Serra Gaúcha com invernos rigorosos e verões com pouco insolação e chuvosos.
A Barbera é uma das uvas que vêm ganhando espaço na Serra Gaúcha (Foto: reprodução/internet)
Como resultado temos uvas que no seu final de maturação não alcançam a graduação de Açúcar necessária para grandes e encorpados tintos, mas, sim, para tintos de médio corpo, aromáticos e deliciosos. Mais, com o mínimo de intervenção química. E, como sempre digo, uvas equilibradas, menos química no vinho!
E, agora, sem a pressão de que sejam produzidos vinhos globalizados dos quais não temos a menor vocação.

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