Vinho e uma arte ele tem que ser respeitado como se respeita a uma mulher tem que ser valorizado como se valoriza uma mulher tem que ser guardado no lugar certo como se guarda uma mulher tem que ser bebido como se beija uma mulher e se você fizer tudo isso e um pouco mais você vai perceber o enorme prazer de ter tido paciência e respeito por esse que e uma experiência única, pois vinhos são como as mulheres se bem tratados se mostram com enorme formosura e elegância.
sexta-feira, 14 de julho de 2017
E ainda diziam que a Malbec estava na pior....
Especialistas vaticinaram o fim do ciclo de ouro da cepa, mas a verdade é que ela está mudando de patamar e fazendo um vinho mais focado em terroir
Especialistas vaticinaram o fim do ciclo de ouro da Malbec. A uva francesa que fez história e fama na Argentina teria perdido seu élan. Foi padronizada para agradar ao paladar médio, ficou mais encorpada, mais doce, mais aveludada, do jeito que a maioria queria e acabou cansando. As previsões, porém, estavam erradas. Muito erradas.
Desde a última semana, os fatos apontam para uma mudança de patamar: cai o Malbec potente e amadeirado feito para as massas; sobe o mineral, elaborado com uvas de terroir específico. E mais, o novo vinho de Malbec vem tanto da Argentina, quanto da França.
Da Argentina, o Cobos Chañares Vineyard Malbec 2014, do americano Paul Hobbs Foto: Paul Hobbs|Divulgação
Da Argentina, vem o Cobos Chañares Vineyard Malbec 2014, do americano Paul Hobbs, um dos homens responsáveis pela ascensão da cepa nos anos 1990 no país. Importado pela Grand Cru, o rótulo será vendido a R$ 2.349 após alcançar pontuações de 99 pontos por James Suckling e 95 por Robert Parker. Elaborado com uvas cultivadas em altitude, passou por estágio em carvalho durante 17 meses e está na garrafa desde novembro de 2015. Promete ser um novo objeto do desejo. Ainda assim, perguntei ao produtor, por que tão caro? “Trata-se de uma produção mínima, de um frutado intenso, de estrutura excepcional e de taninos dulcíssimos. Prevejo um potencial de envelhecimento de 30 anos ou mais e acredito que seja um dos melhores Malbecs contemporâneos já feitos”, justifica Hobbs.
Mas é da França que vem a maior ousadia – os argentinos estão fazendo vinho na França. Depois de ver seu país invadido por franceses nos anos 1990 e 2000, os hermanos agora fazem o caminho inverso. Não foi fácil. “Existe uma coisa chamada ‘orgulho francês’, que é notório no vinho. E nós somos Novo Mundo”, conta o enólogo Leonardo Erazo, da vinícola argentina Alto Las Hormigas. “Fomos mal recebidos, mas três famílias de produtores se interessaram e até se empolgaram com a ideia de trabalhar em conjunto”, conta. Por sorte, além deles, encontraram o solo calcário ideal.
Hoje, é possível provar dois rótulos dessa colaboração franco-argentina por aqui: o Causse du Théron Terrasse Malbec (R$ 152 na World Wine), elaborado a partir de vinhas de 35 anos de idade, fincadas a beira do Rio Lot; e o elegantérrimo, limitado (mil garrafas) e complexo Causse du Théron en Pente Malbec (R$ 277). “Buscamos destacar a origem sempre e evitar as notas doces e sobremaduras, a madeira e tudo o que homogeneíza o vinho”, diz.
O Causse du Théron en Pente Malbec, um dos rótulos da colaboração franco-argentina. Foto: Alto Las Hormigas|Divulgação
Paul Hobbs também tem vinhos produzidos em Cahors, lançados no ano passado. O norte-americano se uniu à família Vigouroux, autoridade da França na casta, e lançou a linha Crocus com três rótulos – L’Atelier (R$ 185,63), Prestige (R$ 315,46) e Grand Vin (R$ 701,45), todos da Mistral.
E a aventura não para por aí: na última semana, o francês Hervé Joyeux, outro pioneiro da Argentina (Bodega Fabre Montmayou, no Brasil importada pela Premium Wines), anunciou a compra de um château em Cahors e de uma marca local em um total de 120 hectares.
Berço. A Pont Valentré sobre o rio Lot, cartão postal de Cahors Foto: Alto Las Hormigas|Divulgação
Se você ainda acredita no fim da Malbec, Paul Hobbs vai tentar te convencer do contrário. “A Malbec está viva e tem um futuro brilhante. Isso não significa que não há ameaças, como a massificação, que atrapalha a categoria. Mas nós temos que lutar, ela é uma casta nobre, fácil de se produzir, versátil, adaptável e que se transforma em vinhos complexos. E agora com Cahors em ascensão, e com outras regiões aumentando sua produção, a qualidade e a diversidade vão se elevar. Só há boas novas para a Malbec”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário