segunda-feira, 29 de setembro de 2014

África do Sul, o paraíso do vinho na África........

Para aqueles que não estão atualizados sobre o que acontece no universo vinícola, a associação entre África do Sul e vinho pode parecer algo inusitado. A terra que deu Nelson Mandela ao mundo, no entanto, é um dos principais e mais antigos polos vitivinicultores quando o assunto é a produção de vinhos em países fora da Europa.
Com vinhos que reúnem a tradição das bebidas do Velho Mundo com o estilo moderno do Novo Mundo, a produção da África do Sul é cada vez mais reconhecida internacionalmente e suas vinícolas desfrutam de grande prestígio perante o público amante da bebida dos deuses.
História A história da vinicultura na África do Sul tem início, ainda que sem consistência, na metade do século XVII, quando colonos holandeses se instalaram na região de Table Bay, plantando vinhas importadas da França e Espanha. O primeiro vinho da produção sul-africana ganhou vida em 1659.
Ao longo do tempo, plantações foram sendo espalhadas por outras regiões do país; Constantia foi a principal delas, elaborando vinhos com nível elevado de qualidade e tornando famosa a produção da África do Sul ao redor do mundo em todo o século XVIII, data do estabelecimento total da indústria vinícola no país.
As primeiras videiras da África do Sul foram plantadas em 1655 por Jan van Riebeeck, primeiro governador do Cabo.
Além do desenvolvimento interno, um fator histórico externo contribuiu para que a produção de vinhos na África do Sul florescesse substancialmente no inicio do século XXVIII: quando eclodiram as Guerras Napoleônicas, o comercio de vinhos franceses para a Inglaterra foi totalmente interrompido, abrindo uma brecha para que a crescente indústria sul-africana ocupasse parte desse mercado com seus vinhos.
Já no século XIX, a produção começou a diminuir, especialmente com a ocorrência de pragas nos vinhedos do país e por causa das guerras que acometeram a África do Sul nessa época. No início do século XX, no entanto, houve uma retomada da vitivinicultura, com medidas cujos efeitos perduram até hoje, como a criação de associações e cooperativas que ajudaram a revigorar a produção de vinhos no país.
Produção Atualmente a produção de vinhos na África do Sul é bastante respeitada e apreciada no mercado internacional. O país é o nono produtor da bebida no mundo. Os números impressionam: são mais de 4.500 produtores, cerca de 340 vinícolas e 100 mil hectares de vinhedos plantados. A indústria emprega cerca de 250 mil pessoas.
O diferencial do país no universo vinícola é a diversidade de estilos de vinhos que entrega ao mercado consumidor. As muitas variedades de uva cultivadas e o clima, normalmente temperado com verões aprazíveis e invernos frios, mas que se diferencia de região para região, dão aos vinhos produzidos na África do Sul um amplo leque dos mais distintos aromas e sabores.
África do Sul, o paraíso do vinho na África A uva Pinotage é a mais famosa do país, mas na verdade, atualmente não é a mais produzida, perdendo pra tradicional Cabernet Sauvignon.
As castas tintas mais comuns são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinotage, Pinot Noir, Shiraz. As principais brancas são: Chardonnay, Chenin Blanc (Steen), Sauvignon Blanc, Sémillon. Outras, como a Riesling, Colombrad, Gewürztraminer, Pinot Gris, e Viognier, também são cultivadas em terras sul-africanas. Mas a uva característica do país é Pinotage, um cruzamento raro e bem sucedido de duas variedades diferentes: a Pinot Noir e a Hermitage. Para se ter uma ideia da importância da Pinotage na África do Sul, mais de 20% dos vinhos tintos do país são produzidos com esta variedade. Ela resulta um vinho rico, complexo e cheio de especiaria.
A Pinotage foi uma criação de laboratório de Abraham Izak Perold, primeiro professor de Vitivicultura na Stellenbosch University, na África do Sul, em 1925.
Regiões Desde 1973, as regiões vitivinicultoras da África do Sul foram divididas oficialmente em distritos e bairros. São cinco as regiões: Coast, Olifants River, Boberg, Breede River Valley, e Klein Karoo. A Cidade do Cabo, uma das principais do país, funciona como porta de entrada para estas regiões, que se alongam por várias cidades em torno.
O enoturismo é bastante apreciado pelos amantes do vinho. O país oferece roteiros variados que contemplam as suas cinco regiões vinícolas; um dos mais interessantes é a Rota 62 – a mais longa rota produtora de vinho do mundo -, que passa por muitas cidades produtoras e que cujo trajeto pode ser feito tranquilamente de carro.

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