quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Safra 2012 em Champagne – Relatório Maison Deutz . Recebi o relatório sobre a safra 2012 em Champagne feito pela Maison Deutz, repasso as informações para falar sobre essa difícil safra, mas que resultou em bons frutos na média geral. As condições climáticas da região tiveram diversos altos e baixos desde o começo de 2012, mas, provavelmente, terão pouco ou nenhum efeito na qualidade das uvas. Explicaremos a seguir. Depois de geadas no final da primavera e algumas tempestades de granizo, um tempo frio e chuvoso se estabeleceu durante a floração resultando em uma formação pobre nos frutos. As primeiras semanas de verão foram úmidas e o time que cuida dos vinhedos estava em alerta diariamente para lidar com míldio e botrytis. Apesar de todos os esforços, a produtividade caiu entre 25 e 30%. O tempo bom retornou no meio de Agosto e o sol e as temperaturas altas chegaram para maturar as uvas com condições excelentes. Como resultado de uma má formação dos frutos o período de coloração das uvas chegou de forma heterogenia em cada vinhedo e até mesmo na mesma videira. Mas, essas diferenças foram gradualmente reduzidas e desapareceram no começo de setembro.
O Conselho de Champagne decidiu que a colheita poderia começar no dia 10 de setembro, mas para Patrick Boivin, gerente de vinhedo da Deutz, o escolhido foi esperar até o dia 18 para o início dos trabalhos, dando alguns dias extras para as uvas amadurecerem por completo. Apesar da baixa produtividade – 8,3 toneladas por hectare, comparado com o limite legal de 11 toneladas por hectare- as doenças foram bem controladas e as uvas estão saudáveis e bem maduras. Saindo da prensa, os mostos mostraram excelente equilíbrio com uma média de álcool potencial alta (10,7º e 8 gramas/litro de acidez), Inúmeros lotes de Pinot Noir (especialmente de Aÿ e Mareuilsur- Aÿ) passaram da marca de 11º e mesmo assim mantiveram um nível de acidez entre 6,5 e 8,3 gramas. O Record foi batido por um lote de Pinot Noir do vinhedo que vem logo acima da vinícola, chamado La Côte Glacière, que mostrou um potencial alcoólico de 11,85º e 7 gramas de acidez. Fabrice Rosset, diretor da casa, está muito contente com a qualidade da safra, independente de a maior parte das uvas ser dedicada ao vinho emblemático da Maison Deutz, o Brut Classic. O chefe de caves Michel Davesne, que está a 10 safras com a Deutz, diz que, mais que outros anos, os vinhos reserva irão aportar seu papel completo e permitir que eles produzam assemblages que estarão em par com a qualidade e estilo que é marca da Deutz. Então, será uma safra “vintage” ou não? Mesmo com o potencial de qualidade claramente demonstrado, a decisão final será tomada somente com os vinhos tranquilos forem finalizados e degustados na primavera de 2013.

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