quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Vinhos brancos, além do trivial. Coluna Jornal Imagem da Ilha. Gosto muito de vinho branco, apesar de ser um vinho pouco consumido no Brasil, mesmo com o nosso clima e culinária propícios, é um vinho que aprecio em diferentes ocasiões, principalmente com a culinária oriental e de frutos do mar que sou apaixonado. Mas, ao contrário dos vinhos tintos, onde encontramos uma enorme gama de uvas, nos brancos a mesmice é regra, é muito raro ver alguém degustar ou indicar algo que não seja da dupla Chardonnay/Sauvignon Blanc. Esse é um fato que prestei atenção há algum tempo e tentei diversificar, hoje trabalho com mais de 15 variedades de uvas brancas, da mais comum Pinot Grigio às não tão conhecidas Vernaccia e Furmint, confesso que não é tão fácil de introduzir essas uvas ao público, mas assim que são degustados, esses vinhos fazem sucesso. As ostras da ilha, sua grande variedade de frutos do mar fresquinhos e a quantidade de restaurantes especializados na culinária oriental trazem literalmente um prato cheio de alternativas para harmonizar e degustar deliciosos vinhos brancos, também não podemos se esquecer do nosso verão a beira mar.
terça-feira, 30 de outubro de 2012Safra 2012 em Champagne – Relatório Maison Deutz . Recebi o relatório sobre a safra 2012 em Champagne feito pela Maison Deutz, repasso as informações para falar sobre essa difícil safra, mas que resultou em bons frutos na média geral. As condições climáticas da região tiveram diversos altos e baixos desde o começo de 2012, mas, provavelmente, terão pouco ou nenhum efeito na qualidade das uvas. Explicaremos a seguir. Depois de geadas no final da primavera e algumas tempestades de granizo, um tempo frio e chuvoso se estabeleceu durante a floração resultando em uma formação pobre nos frutos. As primeiras semanas de verão foram úmidas e o time que cuida dos vinhedos estava em alerta diariamente para lidar com míldio e botrytis. Apesar de todos os esforços, a produtividade caiu entre 25 e 30%. O tempo bom retornou no meio de Agosto e o sol e as temperaturas altas chegaram para maturar as uvas com condições excelentes. Como resultado de uma má formação dos frutos o período de coloração das uvas chegou de forma heterogenia em cada vinhedo e até mesmo na mesma videira. Mas, essas diferenças foram gradualmente reduzidas e desapareceram no começo de setembro. Vinhos logo acima da vinícola. Vinhas mais antigas de Pinot Noir O Conselho de Champagne decidiu que a colheita poderia começar no dia 10 de setembro, mas para Patrick Boivin, gerente de vinhedo da Deutz, o escolhido foi esperar até o dia 18 para o início dos trabalhos, dando alguns dias extras para as uvas amadurecerem por completo. Apesar da baixa produtividade – 8,3 toneladas por hectare, comparado com o limite legal de 11 toneladas por hectare- as doenças foram bem controladas e as uvas estão saudáveis e bem maduras. Saindo da prensa, os mostos mostraram excelente equilíbrio com uma média de álcool potencial alta (10,7º e 8 gramas/litro de acidez), Inúmeros lotes de Pinot Noir (especialmente de Aÿ e Mareuilsur- Aÿ) passaram da marca de 11º e mesmo assim mantiveram um nível de acidez entre 6,5 e 8,3 gramas. O Record foi batido por um lote de Pinot Noir do vinhedo que vem logo acima da vinícola, chamado La Côte Glacière, que mostrou um potencial alcoólico de 11,85º e 7 gramas de acidez. Fabrice Rosset, diretor da casa, está muito contente com a qualidade da safra, independente de a maior parte das uvas ser dedicada ao vinho emblemático da Maison Deutz, o Brut Classic. O chefe de caves Michel Davesne, que está a 10 safras com a Deutz, diz que, mais que outros anos, os vinhos reserva irão aportar seu papel completo e permitir que eles produzam assemblages que estarão em par com a qualidade e estilo que é marca da Deutz. Então, será uma safra “vintage” ou não? Mesmo com o potencial de qualidade claramente demonstrado, a decisão final será tomada somente com os vinhos tranquilos forem finalizados e degustados na primavera de 2013. Postado por Eduardo Machado Araujo às 14:58 Nenhum comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no Orkut Marcadores: Champagne, safra 2012 sexta-feira, 26 de outubro de 2012Vinhos brancos, além do trivial. Coluna Jornal Imagem da Ilha. Gosto muito de vinho branco, apesar de ser um vinho pouco consumido no Brasil, mesmo com o nosso clima e culinária propícios, é um vinho que aprecio em diferentes ocasiões, principalmente com a culinária oriental e de frutos do mar que sou apaixonado. Mas, ao contrário dos vinhos tintos, onde encontramos uma enorme gama de uvas, nos brancos a mesmice é regra, é muito raro ver alguém degustar ou indicar algo que não seja da dupla Chardonnay/Sauvignon Blanc. Esse é um fato que prestei atenção há algum tempo e tentei diversificar, hoje trabalho com mais de 15 variedades de uvas brancas, da mais comum Pinot Grigio às não tão conhecidas Vernaccia e Furmint, confesso que não é tão fácil de introduzir essas uvas ao público, mas assim que são degustados, esses vinhos fazem sucesso. As ostras da ilha, sua grande variedade de frutos do mar fresquinhos e a quantidade de restaurantes especializados na culinária oriental trazem literalmente um prato cheio de alternativas para harmonizar e degustar deliciosos vinhos brancos, também não podemos se esquecer do nosso verão a beira mar. Par perfeito para acompanhar Ostras in natura. Uma das harmonizações mais saborosas com a nossa ostra in natura é o vinho produzido com a uva Melon de Bourgogne, ou Muscadet, no litoral do Vale do Loire na França, é um vinho que complementa perfeitamente as ostras com seu paladar seco e refrescante de acidez viva, notas cítricas e com leve mineral. Na minha visita ao litoral Toscano, durante um almoço com frutos do mar, degustei um refrescante vinho branco produzido ali perto na região de Bolgheri, era um SoloSole da uva Vermentino. Essa uva é muito conhecida na Sardenha, mas ali produz um vinho mineral, de acidez crocante e notas de limão com um leve herbáceo mentolado. A Itália é lar de uvas brancas muito típicas, que valem a pena serem conhecidas, tente um Soave da uva Garganega, ou um floral e refrescante Arneis do Piemonte. Muitos países Europeus têm essas uvas autóctones que praticamente só são plantadas e pequenas regiões locais, Portugal tem uma boa variedade delas e os seus brancos estão cada vez mais em alta. Outra sugestão é a queridinha dos Sommeliers americanos, sinônimo de pessoas que estão ligadas e querem se diferenciar, a austríaca Grüner Veltliner, ou chamada carinhosamente de GruVe. Um branco gastronômico que combina inclusive com os temidos aspargos. Mostra aromas intensos de ervas frescas, pimenta branca e frutas brancas como nectarina e maçã verde e também toque de limão, é altamente mineral e possui uma acidez alta, intensamente refrescante.
Talvez a Áustria não tenha sido o primeiro país que veio à cabeça quando pensamos em vinho, mas, por que não tentar e provavelmente se surpreender?

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