terça-feira, 28 de março de 2017

Projeto prevê modernização do Laboratório de Referência Enológica

A iniciativa foi apresentada nesta semana na sede da unidade, em Caxias do Sul (RS), para representes do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). Entre as melhorias está a inclusão de novos métodos de análise com a compra de equipamentos e reformas na estrutura
A modernização do Laboratório de Referência Enológica (Laren) do Rio Grande do Sul é o principal objetivo de um projeto encabeçado pelo setor vitivinícola junto ao Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM). Nesta semana, Sonia González e Thaís Palermo Buti, representantes do Fundo, e Silvia Drummond, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, estiveram no laboratório, em Caxias do Sul (RS), para dialogar com integrantes de entidades do segmento e viabilizar o andamento da iniciativa. O valor total do projeto é de US$ 5,9 milhões, incluindo a contrapartida das proponentes. O Laren é mantido com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul (Seapi).
Para o titular da pasta, Ernani Polo, o fortalecimento do Laren deverá beneficiar toda a cadeia produtiva vitivinícola. "A modernização do laboratório representa muito para a Secretaria da Agricultura e para o setor como um todo, pois teremos um refinamento dos processos que envolvem a enologia no RS, com repercussões diretas no produto final a ser disponibilizado ao consumidor. Sem dúvida um avanço para nossa vitivinicultura, que já é de excelência", reforça.
O responsável técnico do Laren, Plinio Manosso, explica que a modernização da unidade inclui a compra de equipamentos para a disponibilização de novos métodos de análise, a qualificação dos técnicos, contratação de pessoal e melhorias no espaço físico do laboratório. Entre os novos métodos, Manosso destaca a possibilidade de incorporação do teste de Ressonância Magnética Nuclear, que permite a identificação da origem do álcool presente nos produtos. Outra verificação que será possível é a que identifica resíduos de agrotóxicos acima do permitido, além da presença de metais pesados em vinhos e sucos. “Em geral, essa modernização vai beneficiar o setor por termos um controle maior da qualidade dos nossos produtos, já que também poderemos melhorar e padronizar com os países do Mercosul alguns métodos de análise”, acredita.
O diretor Técnico do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Leocir Bottega, lembra que a padronização é importante para uniformizar itens como a medição do teor de açúcar presente nos produtos e a consequente classificação como seco, demi sec ou suave, entre outras características importantes de serem conhecidas pelos diferentes países produtores e mercados. “A proposição de parcerias, de cooperação técnica com laboratórios dos demais países do Mercosul pode ajudar a estabelecermos um padrão único”, acredita. Bottega acrescenta que a modernização do Laren, com a inclusão de novos métodos de análise, pode ajudar no controle mais efetivo dos vinhos brasileiros comercializados no mercado interno, dos produtos destinados à exportação e dos vinhos importados.
O projeto está na primeira fase de avaliação pelo FOCEM. A previsão para a aprovação, repasse de recursos e início do processo de qualificação do laboratório deverá ocorrer nos próximos meses. Além de funcionários do Laren, incluindo o coordenador Gilberto Carnieli, participaram das reuniões a chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS (Seapi), Fabiola Boscaini Lopes e o secretário executivo Fundovitis, Ricardo Nascimento.
Sobre o FOCEM O FOCEM destina-se a financiar programas para promover a convergência estrutural, desenvolver a competitividade e estimular a coesão social, em particular das economias menores e regiões menos desenvolvidas, além de apoiar o funcionamento da estrutura institucional e o fortalecimento do processo de integração do Mercosul. O Brasil é o maior contribuinte, aportando 70% dos recursos do Fundo. A Argentina é responsável pela integralização de 27% do montante; o Uruguai, pela contribuição de 2%; e o Paraguai, de 1%.
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