sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Tema com variações

A carne é um dos ingredientes mais cobiçados por gourmets e enófilos porque poucas combinações enogastronômicas são tão harmônicas. A carne é o músculo de um animal vertebrado de sangue quente normalmente vegetariano Sua proteína é o resultado da transformação da proteína vegetal em animal, o que faz seu valor nutricional ser tremendamente alto.
De cada 100 gramas de proteínas ingeridas, o carnívoro transforma 76 a 78 gramas em proteínas adequadas para o seu próprio organismo. Como rentabilidade alimentar, a carne só perde para o leite (92g/100g) e o ovo (100g/100g), mas é deficiente em fibras que abundam nos vegetais. A carne é composta de de 76% de água, 21% de proteínas e o restante de gorduras. Quanto maior a quantidade de gordura embrenhada entre as fases musculares, maior é sua maciez e suculência. É a carne intensamente marmorizada que leva o gourmet ao êxtase. O ingrediente possui ainda oito diferentes aminoácidos essenciais, que normalmente não podem ser produzidos pelo organismo humano, minerais, ferro, vitaminas B e C, entre outros elementos. A arte de preparar uma bom corte está, como a de um bom vinho, na excelência da matéria prima. Músculo de animais de raças não adequadas ao consumo fino irá fornecer sempre uma carne de qualidade inferior, embora com valor nutricional equivalente. O bom gado deve ter alimentação adequada para que sua carne tenha uma marmorização harmônica que resulte em maciez perfeita.
Carnes de gado nobre, com nutrição totalmente controlada, devem ser finamente trabalhadas pelo homem para atingir seu auge é a arte do corte e do preparo. Depois do abate, os diferentes tipos de cortes necessitam permanecer algum tempo pendurados para adquirir maturidade e desenvolver os aromas característicos de cada tipo muscular. A maturação perfeita pode ser comprovada pelo cliente: ao comprimir a carne com um dedo, fica um pequeno aprofundamento que logo depois desaparece, voltando à aparência inicial. A nobreza do prato é finalmente encontrada no esmero do preparo. Desde um tartar (em que a carne crua recebe apenas alguns condimentos e está pronta para o consumo) até um assado (em que o preparo inicia-se com dias de antecedência), a carne deve ser manuseada por mãos hábeis para que atinja o apogeu de seu potencial gastronômico. Nesta edição, a simplicidade do preparo sal e grelha abriu espaço para que a qualidade da carne aparecesse. Para a harmonização, Sylvio Lazzarini, proprietário do excepcional restaurante Varanda Grill, de SP, sugeriu quatro cortes suculentos: picanha suína, medalhão de alcatra, coração de picanha e prime rib (corte de costela). O serviço dos vinhos esteve a cargo de Tiago Locatelli, premiado sommelier profissional.

O segredo da espuma do champanhe

FRANÇA (Reims) - Gérard Liger-Belair ama bolhas. E elas provavelmente contribuíram para que o francês obtivesse o melhor trabalho que um físico pode imaginar: Em seu laboratório na Universidade de Reims, o francês de 41 anos está fazendo uma pesquisa sobre o segredo da espuma do champanhe. O que responsável pelo facto do lendário vinho espumante da região de Champagne ter um brilho cintilante e o formigueiro que provoca na língua? Como é que 10 milhões de pequenas bolhas entraram em uma garrafa de champanhe? Por que razão as bolhas fazem pares ou mesmo grupos de vez em quando?
O cerne da questão é: o champanhe sobe e desce com as bolhas. "As bolhas são o coração do champanhe", diz o Sr. Liger-Belair. O champagne é produzido em duas fases, como explica o físico. Primeiro, o vinho está sendo pressionado - exclusivamente de uvas que têm de vir da região certificada de Champagne, perto da cidade de Reims; depois o fermento e o açúcar são adicionados. Depois disso, as garrafas cheias são armazenadas com o topo para baixo e ligadas ao seu próprio eixo, para facilitar a fermentação. Durante este processo, o ácido carbónico é produzido, o que faz com que o champanhe brilhe. O trabalho do Sr. Liger-Belair começa quando o champanhe está feito. Como as bolhas são feitas, como eles sobem, que moléculas aromáticas sobem para o nariz de cada copo? O físico mostra fotos de uma bolha que foram tirada por meio de uma câmera de alta velocidade: a bolha sobe para a superfície, onde explode e abre uma pequena cratera. Quando a cratera se fecha, uma pequena quantidade de líquido é arremessada para cima. As mini gotículas poderiam "voar até 10 metros", explica o Sr. Liger-Belair. Além disso, o Sr. Liger-Belair pesquisou as estruturas químicas de amostras de champanhe por meio de um espectrómetro de alta resolução. Então ele descobriu que o formigueiro era causado por "moléculas de redução da tensão interfacial", muitas dos quais contêm o aroma típico de um tipo de champanhe. As bolhas de champanhe endereçam receptores de ácido carbónico na língua do epicurista; imediatamente, os receptores transmitem sinais positivos para o cérebro. Tornou-se também claro a razão pela qual há muitas vezes fios de bolhas que se elevam a partir de determinados pontos de um vidro: isto acontece quando há uma partícula pequena na ponta, por exemplo, uma fibra a partir de uma toalha de chá. Lá as moléculas se juntam e cria, bolhas. Copos recentemente lavados e secos ao calor fora da máquina de lavar louça podem, por outro lado, estar demasiado limpos - como resultado, o champanhe brilha muito pouco. Alguns produtores de vidro arranham especialmente pequenos pontos no fundo dos copos de champanhe, por meio de um laser, a fim de produzir linhas de bolhas que brilhem de forma particularmente bonita. Os estudos do Sr. Liger-Belair, acima de tudo, foram publicados em revistas profissionais para físicos. Mas os viticultores também podem beneficiar deles. A maioria das propriedades Champagne reduziram o teor de açúcar por litro dos tradicionais 24 gramas até aos 18 gramas. Assim, o teor de CO2 diminui, também, e, como resultado, as bolhas ocorrentes são menores. "A maioria das pessoas prefere um vinho espumante que brilha particularmente bem", diz o físico. A propósito, o próprio Sr. Liger-Belair dificilmente beneficia do objeto de sua pesquisa. Quando a experiência termina, o vinho espumante fica muito quente e não potável, diz ele. "Provavelmente eu sou a pessoa que mais derramado champanhe pelo ralo no mundo."

Armazém cheio de garrafas de vinho DBR falsificados descoberto na China

CHINA (Wenzhou) - A casa onde agora mais de 10000 garrafas falsificadas do Domaine Barons de Rothschild (DBR) foram descobertas tem sido observada pelas autoridades locais já há muito tempo. A casa estava vazia e foi obviamente usada como armazém. Ao contrário do que dizem os relatórios da comunicação social chinesa, sem garrafas de Château Lafite Rothschild, mas grandes coleções de marcas de DBR, como Sage e Spéciale Réserve, foram encontrados entre os vinhos apreendidos. Enquanto os policiais estavam fazendo buscas no edifício, o proprietário foi preso; ele nega qualquer envolvimento no armazenamento do vinho. Segundo o proprietário, a casa está vazia há mais de nove anos. As instalações foram assistidas por cinco cães de grande porte soltos e, entre eles, estavam dois mastins tibetanos. Christophe Salin, CEO da DBR (Lafite), declarou à imprensa: "Nossos advogados estão trabalhando em conjunto com as autoridades que investigam na China. Só este ano, conseguimos ganhar seis processos na China e cerca de 100.000 euros de compensações foram pagos até agora."
Como não foram encontradas garrafas falsificadas de Château Lafite Rothschild, se supõe que os falsificadores se tenham deliberadamente concentrado em vinhos do DBR de baixo preço. Até agora, as sentenças de morte foram proferidas por falsificação de produtos de alto valor. Os falsificadores têm a certeza de rotular cada frasco com o logótipo "DBR Lafite " em um local facilmente visível. Em geral, a segurança dos vinhos DBR (Lafite) poderia ser aumentada por marcas à prova de etiquetas, que, desde a safra de 2009, todas as garrafas de Château Lafite Rothschild têm, explicou Christophe Salin (Video: Prooftag - Vinhos falsificados). E desde a safra de 2010, o Carruades de Lafite, segundo vinho da vinícola, está também à prova de etiqueta (Prooftag). "A partir de muitos aspectos, nossos produtos estão mais protegidos na China do que na Europa", explica o Sr. Salin. "A proteção de um lado e as falsificações do outro são um tema sensível. Nós sentimos aliviados por as autoridades da China estarem ativas e estarem trabalhando na supressão de fraude."

"Fiasco" está retornando

Itália (Florença) - O termo fiasco significa fracasso, falha ou avaria - e na grafia italiana, com "c", significa uma garrafa de vinho especial que costumava ser sinônimo de vinho Chianti, mas já não é mais produzida há 30 anos. Mas agora o vinho vai retornar e podemos comemorar seu regresso!
A casa de vinho Ruffino, que costumava ser líder na venda do "Fiasco" e que marca lugar não só na Itália, mas também nas exportações, teve agora a coragem de lançar um remake. Isto revela coragem, já que as outras adegas utilizavam este formato de garrafa, e nem sempre as enchiam com vinho de qualidade superior. Como resultado, algumas degustações foram verdadeiros fiascos. O fato de que, desde 1965, o "Fiasco" só ter sido enchido com os vinhos DOC não alterou a sua reputação. Na verdade, o nome vem de "flasco" (pequeno barril). A forma foi desenvolvida no final do período medieval a partir dos jarros de argila usados na antiguidade. O revestimento de palha da garrafa, que tradicionalmente contém 2,28 litros, serviu sobretudo como protecção contra danos. Uma vez, o "Fiasco" entrou literatura (poeta Boccaccio o mencionou em seu "Decamerone") e na arte visual (pintores como Botticelli e Ghirlandaio o retraram em suas obras). No início dos anos oitenta, quando a viticultura na Itália experimentava um ponto de viragem, a garrafa desapareceu de cena. O remake é diferente da garrafa tradicional, no que toca ao conteúdo. O vinho engarrafado é um Chianti DOCG de 2011. A cesta foi feita sem palha; foi usado um papel certificado como amigo do ambiente. A fábrica de vidros que produz essa nova garrafa exclusivamente para Ruffino tem vindo a trabalhar em conjunto com esta adega de renome (fundada em 1877) há já cem anos. O Chianti não é um vinho barato. O preço ao consumidor recomendado é de 14,90 €. Vamos ver se chega ao Brasil.

"O melhor livro sobre o champanhe"

ALEMANHA (Heidelberg) - "Le meilleur livre sur champagne " - É assim que um famoso jornalista de vinho francês julgou a mais recente publicação de Gerhard Eichelmann sobre o champanhe. Na França, as pessoas ficaram tão entusiasmados que a renomada editora Larousse o traduziu para francês e publicou.
Com seu novo título, Gerhard Eichelmann mostrou que ainda é possível escrever um livro melhor e mais abrangente. "Champagne" informa sobre tudo o que se deve saber sobre o champanhe. O leitor aprende onde e como o champanhe é produzido. Os produtores de champanhe mais importantes, as grandes casas e as grandes vinícolas são introduzidos em retratos de uma ou duas páginas; nestes retratos, a história das casas é brevemente descrita, seguida do estilo da casa e as diferenças entre as suas cuvées. O leitor aprende as coisas essenciais sobre as peculiaridades das casas, o horário de funcionamento, os endereços, etc . - simplesmente tudo o que é necessário para quem tiver interesse no champanhe. Uma peculiaridade de "Champagne" é um capítulo abrangente em que Gerhard Eichelmann não só introduz as quatro sub-regiões da região de Champagne, mas também o pilar mais importante (municípios), os viticultores e as peculiaridades dos champagnes produzidos nesses municípios. Em "Champagne", 291 produtores são introduzidas, as grandes marcas e pequenos vinicultores. Há retratos de grandes casas como a Moët & Chandon, Veuve Clicquot, Nicolas Feuiatte, Pommery ou Duval-Leroy ou Taittinger e casas de médio porte, como Bollinger ou Deutz ou Pol-Roger. Naturalmente, nenhuma das "estrelas" entre os viticultores está faltando: Selosse, Egly-Ouriet, Agrapart, Larmandier-Bernier ou De Sousa - todos eles são introduzidos. Mas muitos viticultores desconhecidos podem também ser descobertos em "Champagne", alguns dos quais só começaram a vender seu champanhe por conta própria na última década e outros ainda nem são conhecidos. "Vá para a região de Champagne descobrir o mundo de champanhe no local", é uma das duas recomendações que Gerhard Eichelmann dá em seu prefácio. O segundo é simplesmente: "Champagne funciona sempre".

Enoturismo

A melhor mameira e a mais divertida, de longe de aprender mais sobre a rica cultura do vinho é viajar para regiões produtoras, visitando casas vinícolas, de preferência na colheita! A admiração pelo mundo do vinho vem crescendo ao longo dos últimos anos, seguindo a expansão produtiva e mercadológica do segmento pelo planeta.
Esse cenário favorável possibilitou a substancial ascensão de um setor de lazer relativamente pequeno até poucas décadas atrás: o enoturismo. Os atrativos que o campo temático do vinho traz para o turismo são inúmeros: as belas paisagens dos vinhedos, a arquitetura clássica e a historicidade das vinícolas se aliam ao extenso universo cultural que envolve o cultivo da uva e todo o procedimento de elaboração de uma garrafa de vinho, para servir de prato cheio a viajantes de todo o mundo. O conceito de enoturismo se destaca pela diferenciação entre quem o procura e um turista convencional. O enfoque dessa variedade de viagem está na visitação de localizações produtoras, e no aprendizado sobre o vinho e o meio que o envolve. Nesse ambiente particular, o contato com os donos ou representates de vinícolas, assim como com todos aqueles que integram a produção vínica, é fundamental para um aproveitamento mais profundo do que este cenário tem a oferecer. Renato Frascino, consultor enogastronômico e personal wine consultant, aponta que o crescimento do interesse por essas viagens é recente, e tende a aumentar.
"Cada dia mais o marketing de incentivo para as empresas e os mercados do enoturismo se desenvolve; o mundo está descobrindo a magia do vinho, esse prazer inigualável", exalta. As regiões mais procuradas por esses apreciadores do vinho são as tradicionais nações européias, características por sua produção centenária, França, Itália e Portugal, assim como os países vinicultores do chamado Novo Mundo, como Austrália, África do Sul, Argentina, Chile e Estados Unidos. Todos esses locais contam com infra-estrutura bem desenvolvida para receber seus visitantes. As épocas preferidas para a visitação são unânimes: o enoturismo ganha seu real contorno no período das colheitas, onde se acompanha todo o procedimento da retirada das uvas e da preparação do vinho. Algumas vinícolas até possibilitam a participação de visitantes nesse processo. As colheitas coincidem com os meses de setembro, outubro e novembro no hemisfério norte, e de janeiro, fevereiro e março no hemisfério sul. Outro período menos visado, porém com alguma circulação turística é o das entresafras, onde se pode observar bem o cultivo das videiras, com uma tranquilidade inexistente na época da vindima.

Avaliação técnica

Infelizmente, ao degustar vinhos tecnicamente, muitas vezes encontramos vinhos defeituosos, com problemas que vão de uvas colhidas verdes à ação de micro-organismos.
Veja como reconhecer alguns dos principais defeitos do vinho e suas possíveis causas Não, não, a vida não é perfeita… E até as coisas sublimes e prazerosas, como vinhos, também têm defeitos. Um dos grandes desafios do degustador técnico é, além, naturalmente, de exaltar as qualidades do bom vinho, saber encontrar os eventuais problemas que aquele produto encerra. O fito único dessa busca é orientar o consumidor, premiando o produtor mais cuidadoso, mais detalhista e atento ao seu produto. Enfim, grande parte do trabalho do degustador é saber localizar os defeitos do vinho. Mas quais são eles? Como reconhecê-los e descrevê-los com um mínimo de objetividade? Você sabe identificá-los? A maioria dos consumidores define o vinho na base do gostar ou não gostar. OK, pode ser suficiente para a sua escolha pessoal, mas imagine-se como um crítico de vinhos, um degustador de concursos ou um enólogo diante de uma decisão. O gosto individual não é então mais suficiente. De fato, não deve sequer ser levado em consideração… Algumas das características do vinho são de decisão de seu produtor. Alta acidez, por exemplo, é uma característica de vinhos brancos frescos, como certos alemães, Riesling ou Sylvaner, os Vinhos Verdes portugueses, os Muscadet de Sévre et Maine franceses, entre tantos outros. Não pode ser penalizada sem contexto. Uma certa efervescência em brancos jovens também pode ser parte do efeito “agulha” que o enólogo quer preservar e não um defeito. Mesmo a cor e a concentração de um vinho, seu corpo, e até alguma turbidez é uma decisão de cada enólogo. Tenho visto Pinot Noir violáceo, retinto, escuro, com corpo de atleta e até Tannat vinificado para ter cor de clarete, quase um rosado escuro. São escolhas inerentes a cada proposta e não são passíveis de penalização. O uso de madeira é outro ponto, este muito polêmico. Jurados mais experientes se sentem capazes de avaliar se a influência da madeira de carvalho é de barrica realmente ou provém de lascas e tábuas; se está em excesso, encobrindo os tons frutados do vinho; se o enólogo errou ao aplicá-la, ou acertou a mão na proporção entre fruta e tostados. Há ainda a influência da moda. Primeiro, vinda dos EUA e da Austrália, a moda da madeira suplantava, nos vinhos premiados, a pujança da fruta, até há pouco tempo. Hoje, vejo jurados penalizarem vinhos apenas porque têm um toque às vezes sutil equilibrado e muito bem-vindo, de carvalho. O ponto de equilíbrio deve ser a tônica, para enólogos e enófilos e claro, degustadores. Outro defeito que causa certa polêmica é a presença de notas vegetais aromáticas em vinhos, especialmente tintos. Algumas varietais, como a Cabernet Sauvignon e a Carmenére, têm esse aroma notas herbáceas, como de pimentão verde entre seus principais descritores. Na verdade, são descritivos recorrentes em vinhos de cepas mais tardias, aquelas em que a maturação fenólica demora mais a ocorrer. Essa demora, se por um lado é boa, permitindo que a maturação lenta concentre mais polifenóis, aromas e cor no vinho, por outro lado pode trazer certa insegurança ao produtor de uva. Muitas vezes, para evitar uma quebra de safra causada por chuvas, geadas, por granizo, podridão cinza ou outras causas, o produtor de uva que vive de sua venda a quilo colhe a fruta antes de sua maturação final verde, em suma. Com isso, o que predomina aromaticamente são os tons da piracina, substância presente na uva que lembra clorofila, verdor, folhas amassadas, capim recém-cortado, ervas, o pimentão verde e nem sempre é valorizada. Há quem sustente que o aroma de piracina seja grave defeito, passível de penalização. Ainda na linha dos “defeitos que não são defeitos” há os cristais de tartarato de potássio ou cálcio, que se formam em vinhos especialmente brancos que não foram estabilizados a frio. Mas podem acontecer em vinhos que foram perfeitamente elaborados, mas mantidos a temperaturas muito baixas por alguns dias, na geladeira, por exemplo. Como são inodoros, inertes, não comunicam sabor ao vinho e não fazem mal.

Degustação Top

Nunca houve uma degustação como esta. O corpo de jurados da revista, geralmente bastante sovina ao distribuir estrelas, empolgou-se com os tops chilenos. Não à toa. Entre os vinhos aqui apresentados certamente figuram alguns dos melhores vinhos hoje produzidos no mundo, sem nenhum exagero!
Outro dia, Patricio Tápia, um dos mais conhecidos críticos de vinho do Chile, em uma apresentação de vinhos chilenos, em Jerez de La Frontera, Espanha, saiu-se com uma forte. Patricio, ele também jornalista, respondia a perguntas de colegas europeus quando se enervou com um deles. “Ok, seria demais pedir a vocês que soubessem que o Chile, além de fazer alguns dos melhores tintos do mundo, também é capaz de fazer grandes vinhos de sobremesa...”, disse. Vinhos doces –e irritações– à parte, Tápia tem razão quanto aos tintos, como esta degustação comprovou. De diferentes uvas, e de diferentes regiões chilenas, o nível de qualidade do painel se mostrou elevadíssimo. Os vinhos mais caros do Chile compuseram o painel mais estrelado jamais publicado por Vinho Magazine desde a sua inauguração, em 1999. Só de vinhos com cinco estrelas foram onze, recorde em um só painel, e nenhum dentre os 42 vinhos avaliados deixou de obter no mínimo quatro estrelas. Não houve vinho com três ou duas estrelas.
Como não poderiam deixar de ser, são vinhos novo-mundistas, com muita concentração, passagens enriquecedoras por barricas de carvalho, bastante estrutura e complexidade, mas com taninos de fruta fenolicamente madura, capazes de prover estrutura, corpo, cor e aromas, mas de saída macios, adocicados, sem amargor e com adstringência apenas suficiente para harmonizar com uma boa comida. Uma exceção: o Magnificum lembra em tudo um vinho europeu, talvez influência da língua italiana falada preferencialmente pela signora Luciana Canepa em sua bodega. Os grandes ícones do Chile se fizeram presentes, com exceção dos vinhos da Lapostolle e da Montes, cuja importadora preferiu não participar.

Evolução nacional

A elaboração de vinhos em diversas regiões brasileiras aumenta as opções e privilegia o consumidor, que ganha em qualidade e diversidade. Confira a degustação de 83 amostras de seis diferentes terroirs do país O último cadastro vitícola do Rio Grande do Sul –uma ampla radiografia dos vinhedos gaúchos elaborada por Ibravin e Embrapa– mostra que a área de cultivo da uva no Estado cresceu 45% em dez anos. A ampliação para mais de 35 mil hectares entre 1995 e 2004, assim como o surgimento de cerca de 1.500 propriedades no mesmo período, podem ser atribuídos ao aparecimento de novas regiões produtoras no Estado, além da tradicional e pioneira Serra Gaúcha. Nos municípios que detêm ainda 90% da produção nacional, o preço supervalorizado das terras afasta novos produtores e até empresas já consolidadas para zonas antes pouco conhecidas no mapa vitivinícola como Campanha e Serra do Sudeste, além de outros Estados como Santa Catarina, Paraná e a até pouco tempo bastante improvável região do Vale do rio São Francisco, no Nordeste brasileiro.
Quem ganha com a diversidade de terroirs brasileiros é o consumidor do produto nacional, que passa a ter mais opções de escolha. Para facilitar essa seleção, Vinho Magazine promoveu degustação de 83 vinhos brasileiros elaborados com uvas de diferentes zonas produtoras de todo o país, parte deles formada por lançamentos que chegaram recentemente ao mercado. No geral, a avaliação colocou os tintos na ponta, o que mostra a atenção dispensada pelos produtores à preferência do consumidor. Dividimos o painel por regiões para auxiliar a consulta. Aproveite!

Super degustação brasil

Superdegustação traz a avaliação e notas de 117 vinhos nacionais e diferentes regiões produtoras das safras de 2005 e 2006, as últimas a chegar às lojas.
O resultado espelha a evolução do produto nacional, com número recorde de estrelas outorgadas pelos jurados e o estabelecimento de um novo patamar de qualidade para o vinho brasileiro As vindimas na Serra Gaúcha, região naturalmente bastante susceptível às variações entre colheitas, têm sido generosas. Uma combinação de fenômenos climáticos, principalmente os El Niño (fase quente)/El Niña (fase fria), que alteram as temperaturas das massas de ar vindas do extremo sul tem permitido felizes combinações entre períodos de estiagem e seca. Com isso, as uvas puderam ser colhidas em verões mais secos e cálidos, em condições de atingirem maiores graus de maturação fenólica. Assim, dispensam a chaptalização (aumento do grau alcoólico pela adição de sacarose ao mosto), valorizando o açúcar natural da uva; têm mais concentração, taninos mais maduros, mais cor e melhores aromas, com menos odores vegetais e herbáceos (falamos de vinhos tintos). Isso aconteceu na Serra Gaúcha em 1999, 2002, 2004 e 2006, colheitas consideradas superiores, e que resultaram em vinhos cada vez melhores, de um patamar de qualidade até então inatingido na região. Já a vindima de 2005 foi, isoladamente, ainda melhor. Sem citar números aborrecidos de médias pluviométricase dias de insolação, o conjunto desses fatores foi superior em 2005. Há quem acredite que tal combinação jamais tenha sido alcançada na região.
Assim, não hesite em comprar e guardar bons tintos da Serra Gaúcha de 2005. A produção de espumantes, ao contrário, parece beneficiar-se dos anos em que a média de temperatura é mais fria, e há menos insolação no verão. As uvas concentram mais acidez, requisito desejável para o frescor típico do espumante brasileiro. Comprovação disso é que os espumantes secos do vale do rio São Francisco, região seca e ensolarada, não têm tido muito sucesso em nossas degustações às cegas, exceção feita, é claro, aos bem doces, estilo Moscatel espumante. De qualquer modo, os enólogos brasileiros parecem sentir-se à vontade na elaboracão do espumante da Serra Gaúcha, e um padrão de qualidade crescente vêm se mantendo. Esta degustação não inclui espumantes, pois a edição passada trouxe a avaliação de 104 exemplares. Quanto aos brancos, continua válida a avaliação feita pelo sommelier e restaurateur italiano Dânio Braga, perante o público de uma avaliação de safra, há alguns anos: a indústria vinícola gaúcha parece tê-los deixado em segundo plano, optando por investir mais no desenvolvimento dos tintos. Afinal, cerca de 80% do consumo do brasileiro é de vinhos tintos. As duas coisas, a desatenção e o baixo consumo são uma pena... Há exceções, como os grandes brancos da Villa Francioni, o Salton Volpi Chardonnay e o Pinot Grigio Fortaleza do Seival, excelentes.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O que muda com a D.O. Vale dos Vinhedos

Na primeira quinzena de novembro (2012) o Vale dos Vinhedos recebeu a primeira Demoninação de Origem (D.O.) de vinhos no Brasil e a notícia logo causou grande impacto no setor de bebidas do país. Há cerca de uma década os produtores do Vale dos Vinhedos buscam essa D.O. como uma forma de valorizar a produção local e a identidade dos produtos da região. Segundo a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), os produtos devem agregar valor em até 30%. Em contrapartida, o consumidor terá uma garantia na forma de um selo, de que os vinhos foram realmente produzidos na região, obedecendo a padrões de qualidade e identidade. Mas a discussão a que se chega é se valerá a pena investir em um vinho com D.O. Vale dos Vinhedos, se algo mudará na produção de vinhos do Vale ou se apenas seria um pretexto para que estes se tornem ainda mais caros. O fato é que não basta estar dentro do Vale dos Vinhedos para conseguir ostentar o selo D.O. no vinho. Há uma série de requisitos que devem ser cumpridos além do perímetro delimitado para tal. As cultivares autorizadas são apenas: as tintas: Merlot (considerada o cultivar emblemático), além de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat (auxiliares para corte de vinhos), as brancas: Chardonnay (principal) e Riesling Itálico (auxiliar para corte de vinhos), as para elaboração de Espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou Pinot Noir (principais) e Riesling Itálico (auxiliar para corte de vinhos base). A cultivar principal deve estar no mínimo 85% para vinhos varietais e 60% para cortes com as auxiliares. Para os espumantes, 60% deve ser Chardonnay e/ou Pinot Noir , sendo permitida apenas elaboração pelo método champenoise ou tradicional (2ª fermentação na garrafa). A chaptalização (adição de açúcar no mosto) e a concentração dos mostos não serão permitidas e a graduação alcoólica deve obedecer um teor mínimo. Apenas em anos com condições críticas excepcionais o Conselho Regulador da Aprovale poderá permitir o enriquecimento em até um grau, somente. Para entender mais sobre os motivos dessa proibição, consulte o artigo: A adição de açúcar e a Lei do Vinho. Tudo isto além de que o sistema de condução deve ser a espaldeira, as produtividades são limitadas, poderá haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, mas jamais por “chips” e lascas ou pedaços de madeira e ainda, a produção deverá se submeter a um processo de rastreabilidade através de análises codificadas promovidas pelo conselho regulador sobre a matéria-prima e os produtos finais. Se não bastasse, as bebidas ainda precisam ser aprovadas nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia. Após passar por todos esses procedimentos para comprovar uma qualidade que começa a ser buscada já bem antes da colheita e que requer cuidados especiais em todas as etapas buscando a excelência, o vinho pode ganhar um selo que o valorize, tanto em qualidade, como em identidade local. Uma forma de valorizar esse trabalho minucioso feito pelos nossos vinhateiros brasileiros, que provam a cada dia para o Brasil e para o mundo que sabem sim fazer vinho de qualidade. Fontes: http://www.valedosvinhedos.com.br
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/09/vale-dos-vinhedos-no-rs-recebe-selo-de-denominacao-de-origem-de-vinhos.

A tampa de rosca: Uma tendência para o vinho

Conhecida como screwcap, vem substituindo as rolhas de cortiça ou mesmo as sintéticas no vedamento do vinho. Trata-se de uma tampa metálica de rosca coberta internamente por um plástico inerte. No Brasil, já é utilizada para alguns vinhos brancos e outros tintos de caráter mais jovem. A tradicional e milenar rolha de cortiça é de um material caro, raro e passível a apresentar problemas. Não apresentam uma longa duração, podendo secar e causar o gosto de rolha no vinho, o que o torna desagradável para o consumo, e ainda pode ocorrer o TCA (2-4-6 Tricloroanisol), uma substância química volátil que pode contaminar a cortiça e provocar aromas desagradáveis de mofo no vinho. A screwcap há anos é usada com sucesso em outras bebidas como sucos, água mineral, refrigerantes e até destilados. Traz algumas vantagens como seu baixo custo e o fácil manuseio, descartando o uso do saca rolhas. A garrafa pode ser guardada em pé, diferentemente da rolha, onde a bebida deve estar em contato com a mesma para evitar o secamento. Ainda é menos prejudicial ao ambiente do que rolhas sintéticas, já que se trata de um material reciclável. Há ainda questionamentos quanto a sua longevidade, embora já seja bastante aceita em vinhos brancos e de consumo jovem em geral. Este tipo de vedante é adotado por novos produtores a cada ano e é a grande tendência deste mercado. Um estudo científico com duração de 10 anos foi realizado na Austrália pelo AWRI (Australian Wine Research Institute) comparando 14 diferentes vedações em vinho Semillon 1999 e a tampa de rosca surpreendeu a todos. A foto abaixo mostra os vinhos após períodos de guarda, a mais à esquerda, com visual mais novo, surpreendentemente (ou não) é a vedada com tampa de rosca. Além do aspecto visual, foram feitos testes às cegas e novamente, os selados desta maneira foram os que mais mantiveram o frescor e demonstravam ainda caráter de envelhecimento.
O maior entrave da adoção da tampa de rosca é a tradição milenar de abrir o vinho com o saca-rolhas, um ritual espiritual que encanta apreciadores de um bom vinho e que uma grande maioria não está disposta a abandonar. A busca pela conservação ideal do vinho e pela qualidade final deste impulsionam a substituição da rolha de cortiça. A screwcap já se apresenta como uma alternativa prática, viável e eficaz, basta apenas vencer o preconceito de estar associada a vinhos de menor qualidade, para assim, zelar pela qualidade suprema dos melhores produtos enológicos.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

a melhor maneira de limpar, cuidar e armazenar taças de vinho

Para começar, se você armazenar suas taças de vinho em um armário, é melhor deixá-los na posição vertical. Se você virar de cabeça para baixo, você pode correr o risco de lascá-los na região onde são mais delicadas, a boca da taça. Deixe o máximo de espaço possível entre as taças , para que elas não se choquem frequentemente. Se você tiver espaço disponível, racks sob medida para as taças são realmente incríveis. Manter as taças mais frágeis nas caixas de papelão em que elas vêm também pode ser uma boa pedida, mas então você terá que prepará-las antes de usar, porque elas começam a absorver o cheiro da caixa de papelão. Quando o assunto é a lavagem das taças de vinho, a água quente é sua melhor amiga e o sabão, que deixa resíduos, o seu inimigo. Tente lavá-las (ou pelo menos enxágue-as) logo que possível antes que manchas sejam fixadas, e caso isso aconteça ao final de uma longa noite de folia, você pode deixar as taças de molho em água morna durante a noite. Enxague uma, duas, quantas vezes for necessário com água quente. Para as manchas mais difíceis, seguem sugestões de produtos que podem ajudar: bicarbonato de sódio, escovas de espuma especialmente projetadas para uso em cristal e outras esponjas ​​brancas descartáveis com a palavra "borracha" no nome. Se você precisar limpar as impressões digitais gordurosas ou traços de batom, use o mínimo de sabão possível, e depois enxague até que você não veja mais formação de espuma. Realmente é melhor lavar as taças à mão, apesar de algumas taças de vinho virem com a inscrição "podem ser levadas à máquina de lavar louça". Se apesar de tudo você quiser ignorar este conselho, então por favor, certifique-se há bastante espaço entre as taças, que elas estão seguras, lave-as sozinhas no ciclo e então abra a porta para deixar o vapor sair após o término do ciclo. A secagem das taças de vinho é uma das partes mais difíceis, e onde estamos mais propensos a quebrar uma taça. Nunca use movimentos de torção: se você torcer o bojo da haste, você pode simplesmente acabar com a taça na mão e a haste em outra. Secar e polir com uma toalha que não solte fiapos é a sua melhor aposta. Um rack de secagem também é uma boa ideia.

Roteiro das cestas de Natal Recife

Quem gosta de vinho, certamente curte ganhar uma bela cesta de Natal. O blog preparou um roteiro de locais e opções para quem é do Recife ou arredores e pretende dar este tipo de presente no fim de ano. Confira as opções:
Empório Pescadero
Des de 2007 vem crescendo cada vez, mas no mercado de recife e esse ano, mas uma vez se superaram eles têm cestas finas com produtos de alta qualidade de dar inveja em outros concorrentes que isso não e nenhum problema, pois eles têm diferencias que fazem a diferença e a forma de atendimento e receptividade dos donos quem tiver interesse pode fazer pedidos pelo F:32680020 ate o fim do ano o horário esta alterado de segunda a domingo das 08h00 as 21h00 só fechando no dia 25 e 01 de janeiro esperamos vocês lá na av desessete de agosto N1745 entregamos em domicilio gratuito. CLUB DU VIN
O Club du Vin elaborou oito tipos de kits com preços que variam de R$ 67,00 a R$ 1.436,00. Para quem quer escolher os itens e personalizar, a casa disponibiliza alguns dos itens para montar a cesta na hora. As bebidas que compõem as cestas são vinhos, espumantes e licores, escolhidos pelo sommelier do Club du Vin para harmonizar com os produtos incluídos. Uma opção é o Kit Prato Supla (R$67,00), que vem com bolo de frutas decorado com glacê (400g) e Prato Especial Natal. Já a Cesta Club du Vin (R$ 1.436,00) vem com 20 itens, entre eles champagne, vinhos premium, panetone, chocolates franceses Jacquot, queijo do reino, entre outros. RM EXPRESS
Este ano, o mercado RM Express está com mais de 20 opções entre cestas, caixas, kits e baús. As opções vão de R$ 2.000,00 (cesta com 56 itens) a R$ 34,90 (kit com 02 itens) LACOMEX
A Lacomex está com um Festival de Cestas e Vinhos. As cestas vão de R$ 95,00 a R$ 1.280,00. Contato: (81) 3081.2133 | 3081.2111 A loja disponibilizou o seu catálogo no INGÁ
A Ingá Vinhos Finos também preparou seu catálogo de cestas e kits de natal. As cestas vão de R$ 48,78 (06 itens) a R$ 1.000,00 (56 itens). Já os kits variam entre R$ 37,50 (03 itens) e R$ 131,05 (07 itens A Lacomex está com um Festival de Cestas e Vinhos. As cestas vão de R$ 95,00 a R$ 1.280,00. Contato: (81) 3081.2133 | 3081.2111 A loja disponibilizou o seu catálogo no Este ano, o mercado RM Express está com mais de 20 opções entre cestas, caixas, kits e baús. As opções vão de R$ 2.000,00 (cesta com 56 itens) a R$ 34,90 (kit com 02 itens

Que vinhos escolher para o Natal?

Como já é de costume, todo ano faço uma "reciclagem" das dicas de vinhos para harmonizar com os pratos da ceia. Seguem as deste Natal. Saúde, paz e alegria. Tim-tim! (Lembre-se: Não exagere. E se beber, pegue o banco do carona). UM VINHO SÓ PARA TODA A CEIA: A dica continua sendo um bom espumante brut. Deutz Brut Classic
Ele vai combinar com as entradinhas e pratos de peixes ou frutos do mar e também com os alimentos mais gordurosos, por conta de sua acidez. Só evite com a sobremesa (confira as opções mais adiante). PERU: O prato mais tradicional da noite pede um tinto leve, com pouco tanino, como os elaborados com a uva Pinot Noir ou Carmenère.
Vai também com um branco mais encorpado, porém sem estágio em madeira - pode ser um Chardonnay. CHESTER: É um prato que casa com tintos e brancos. Para os brancos, aposte em opções como um Sauvignon Blanc ou um Chardonnay jovem.
Greywacke Sauvignon Blanc Os tintos para o chester podem ser desde um Bordeaux até um Merlot. TENDER: Trata-se de um prato defumado, que normalmente vem acompanhado de um molho adocicado.
Chianti Bellosguardo Prove com um vinho tinto frutado, não muito potente e com boa acidez. Um Pinot Noir do Novo Mundo ou um Chianti vão bem. BACALHAU: Para este tipo de prato você pode optar por brancos ou tintos. Os brancos, de preferência, devem ser mais encorpados e com boa acidez, como um branco alentejano. Se preferir um tinto, escolha um mais leve, como um Merlot, Pinot Noir ou um Rioja Gran Reserva.
FP BICAL E ARINTO Alguns preferem acompanhar bacalhau com Vinho Verde, mas eu acho que o sabor do bacalhau “passa por cima” da bebida, que tem pouco corpo. PORCO: Para lombo, escolha um tinto leve, como um Merlot, ou ainda um branco de corpo médio e boa acidez.
FP BAGA E TOURIGA NACIONAL Já para pernil, a ideia é saborear junto com um tinto encorpado, como um Shiraz ou um português da Bairrada. SOBREMESAS: Para as sobremesas com frutas, escolha um espumante moscatel.
Tokaji Late Harvest Classic Cuvée Para as com chocolate, vinho do Porto. As cremosas vão bem com os late harvest. Bolos e panetones podem ser apreciados com um Moscatel de Setúbal

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nieto Senetiner. Uma grande pequena bodega.

Dando continuidade a nossa incrível rotina de visitas à vinícolas em Mendoza, chegamos ao último dia de degustações, com duas visitas ainda por ocorrer. Na parte da manhã fomos conhecer a Bodega Nieto Senetiner. Com fundação datada de 1888, está localizada na região de Lujan de Cuyo, Vistalba. A Vinícola se desenvolveu por diferentes mãos familiares durante a primeira década do século passado. No ano de 1969 foi adquirida pela família Nieto Senetiner que amplia suas instalações dando início a uma nova etapa de crescimento e, em 1998, passa a formar parte do grupo de negócios agroalimentar Molinos de la Plata.
Passado...
...e Presente em perfeita harmonia na Nieto Senetiner. Diferentemente das outras vinícolas que visitamos, a maior parte de sua produção fica no mercado interno, quase 65% do total. No mercado de exportação os principais mercados da Nieto são Brasil, EUA e Peru. Os dois enólogos da Nieto são Roberto Gonzalez, responsável pelas linhas Premium, e Jorge Meleiro, responsável pelas grandes produções. Nesta planta que visitamos em Vistalba são vinificadas as linhas Premium Don Nicanor e Cadus. A Bodega trabalha com piletas de vinificação de concreto de 22 a 150 mil litros, num total de 65 unidades. A sala de barricas possui quase 700 unidades para a linha Cadus.
Dessa sala de barricas sai o afamado Cadus - onipresente ícone nas cartas de vinhos pelo Brasil. Próximo à Bodega existem vinhas de Malbec que datam de 1916, (mais de cem anos!!!!) que ainda estão em plena produção e servem a linha Cadus. Também vimos alguns vinhedos em Parrais (latada) de Syrah com quase 60 anos de idade.
Vinhas de mais de 100 anos e...
...uma paisagem dessas de pano de fundo. Precisa de mais alguma coisa? Fomos recepcionados na Nieto, para nossa surpresa, por um brasileiro: Marcelo Molina, de Goiânia, que já trabalha como sommelier na Bodega há quase 7 anos. Apesar de não termos tido nenhum problema com a língua espanhola nas outras visitas é sempre interessante ver esta preocupação da Vinícola em ter alguém falando português para recepcionar seus convidados.
E não é que o sommelier era Goiano?? Depois de um passeio pelas instalações da Nieto, que, apesar de ter uma linha ampla de rótulos e uma produção interessante, é uma vinícola pequena, com instalações modernas mas rústicas, um conceito muito interessante, partimos para uma degustação técnica. Marcelo já havia deixado a sala de degustação preparada com os vinhos previamente selecionados.
Que tal a seleção? Veja as impressões dos Winefreaks para cada um dos vinhos logo abaixo. Nieto Senetiner Rose 2010. Uma proposta diferente, este é um Rose envelhecido em barricas de Acácia, um Rose bem elaborado com aromas florais e morangos frescos, média intensidade. Na boca confirma seu frescor, com uma acidez refrescante, um vinho para um final de tarde quente antes do jantar. Don Nicanor Viognier / Chardonnay 2010. Lindo branco, aromas untuosos de baunilha e maçã com toques florais. Na boca esta untuosidade se faz presente com bom volume, um branco amplo mas com uma acidez muito gostosa. Um daqueles vinhos para se tomar com um belo prato ou sozinho. Emília Nieto Senetiner Malbec 2011. Umas das linhas de entrada, este vinho ainda não está no mercado brasileiro, mas deve chegar em breve. A proposta da vinícola aqui é um vinho de entrada, fácil, sem carvalho e com muita fruta presente. Conseguiram. Um tinto leve mas muito agradável, aromas discretos mas francos de frutas vermelhas. Na boca rápido, muita fruta, acidez gostosa, um vinho para se tomar um pouco mais fresco na temperatura, tem tudo para fazer sucesso quando chegar por nossas bandas.
Nieto DOC Malbec 2010. Este tinto já está no Brasil e faz muito sucesso. A Nieto é uma das poucas Vinícolas argentinas que podem utilizar a denominação DOC ( Denominação de Origem Controlada) para seu Malbec, as outra três são: Norton, Luigi Bosca e Lagarde. Se voce encontrar vinhos DOC argentinos Malbec de outra Bodega desconfie!! Este é um belo tinto com 12 meses de carvalho francês, rubi na coloração, com aromas de frutas negras, compota, toques de chocolate. Na boca bela estrutura, com bom equilíbrio álcool / acidez. Final de boca marcante.
Don Nicanor Barrel Select Malbec 2009. Este é outro lançamento da Nieto que ainda não conhecíamos, passa 18 meses por roble francês. Que belo caldo, negro na taça, aromas complexos e marcantes, chocolate amargo, cacau tostado, especiarias. Na boca elegantíssimo, grande pegada. Seu carvalho em perfeito equilíbrio, final de boca muito longo. Para mim um dos melhores do dia.
Cadus Grand Vin 2008. 50% Malbec / 30% Cabernet Sauvignon / 20% Bonarda. Crianza de 12 meses em carvalho francês novo. Um tinto negro na taça, velado, nariz muito exótico, notas de frutas negras cozidas e tabaco, nota-se um aporte herbáceo da Cabernet e Bonarda, intenso e persistente. Após alguns minutos de aeração abrem-se aromas de especiarias. Na boca potente, apresenta uma certa adstringência de uma pimenta preta, mas muito agradável. Seu carvalho está muito bem trabalhado com um final de boca muito longo, taninos macios.
Após a degustação passamos para um almoço harmonizado com os mesmos vinhos da degustação. A Nieto possui um belo restaurante em suas instalações, com poucos lugares, 30, e atendem somente mediante reserva. Uma boa dica para quem for passar uns dias em Mendoza.
Nossos agradecimentos pela recepção, cordialidade e profissionalismo de Marcelo que nos acompanhou pela visita. Os vinhos da Nieto podem ser encontrados no Brasil através da importadora Casa Flora / Porto a Porto,e na loja em recife Pescadero.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pesquisa da ProTeste aponta vinhos de qualidade com preços a partir de R$ 10 Confira matér
ia publicada no Diario de Pernambuco deste domingo (16), sobre a avaliação da qualidade de vinhos de até R$ 30. No finalzinho do texto tem um depoimento meu sobre a conservação da bebida ;) Vinho bom tem que ser caro? THATIANA PIMENTEL thatianapimentel.pe@dabr.com.br Você é daqueles que acredita que vinho bom é vinho caro? Então, talvez esteja na hora de você rever seus conceitos. A ProTeste Associação de Consumidores testou 55 vinhos brancos finos de safras com diversos tipos de uvas como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling e descobriu ótimos produtos com preços a partir de R$ 10. Os quatro vinhos mais bem avaliados da pesquisa, inclusive, custam no máximo R$ 31. Portanto, vale conhecer as marcas mais em conta antes de ir ao supermercado comprar os produtos da ceia de Natal. Nos testes de laboratório, foram analisados principalmente a oxidação, a quantidade de ácido sórbico e a acidez volátil. A associação também realizou testes de degustação com consumidores leigos e sommeliers. Os estudos, reunidos, indicaram presença de oxidação em dois vinhos: Santa Rita e Santa Helena, todos com a uva Chardonnay. “A oxidação altera o gosto, aroma e a cor do vinho. No vinho branco, o processo causa um tom mais alaranjado”, explica Fernanda Ribeiro, técnica responsável pelo teste. Já o ácido sórbico é um aditivo considerado desnecessário. Ele foi encontrado no J.P. Chenet, C’annata, Casal Garcia, Acácio e Marcus James, mas em nenhum caso o sabor do produto foi alterado. “A boa notícia é que no teste de acidez volátil, que interfere na qualidade final do vinho, não houve reprovações. E é justamente este item que pode causar aquele desagradável gosto de vinagre na bebida”, ressalta Ribeiro. O resultado final da análise elegeu o chileno Gato Negro como a melhor escolha. Em segundo lugar, deu empate técnico entre os brasileiros Clos Des Nobles, Almadén e o argentino Santa Ana. Todos custam entre R$ 10 e R$ 31. Ricardo Gonçalves, gerente de bebidas do Recife Mercantil (RM), concorda com o resultado da pesquisa e revela que os quatro vinhos brancos mais vendidos na rede custam entre R$ 17 e R$ 35. São eles os portugueses EA Branco (média de R$ 35) e Casal Garcia (média de R$ 25), o brasileiro Miolo Seleção (R$ 18) e o chileno Santa Helena Reserva(R$ 17). “Acredito que as pessoas têm valorizado cada vez mais os vinhos da América do Sul. Aqui em Pernambuco, eles vêm dividindo a preferência local com os portugueses”, explica Gonçalves. DICAS De acordo com a sommelier pernambucana Fabiana Mignot, autora do blog sobre vinhos escrivinhos.com, o principal cuidado para quem for comprar vinhos brancos é a escolha de safras mais recentes, pois este produto normalmente não tem capacidade de envelhecimento. “Atenção redobrada na conservação. Quem não tiver adega, deve guardar em um local arejado, que não receba calor. Refrigeradores só devem ser usados para guardar o vinho depois de aberto e mesmo assim, apenas por algumas horas e bem vedado”, completa.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Robert Parker se associa a investidores da Ásia O norte americano Robert Parker anuncia mudanças em sua publicação, a consagrada Wine Advocate, que pontua vinhos pela escala de 100 pontos, e agora passa a ter sócios investidores de Cingapura. Sendo assim, provavelmente, ele reduzir sua participação e será apenas o o chaiman da nova empresa. Ele ainda será o responsável pelas avaliações de vinho de Bordeaux e de Rhône, regiões francesas preferidas por ele.
Com 50 mil assinantes, a edição da publicação será feita por Lisa Perrotti-Brown, atualmente editora da publicação para a Ásia. Em entrevista à Wall Street Journal, Parker chamou os novos sócios de visionários. Oriundos da área de tecnologia da informação e mercado financeiro, os sócios, segundo Parker, possuem planos ambiciosos. dentre as mudanças previstas, é possível que seja encerrada a versão impressa da Wine Advocate até o ano que vem, transferindo os assinantes para a versão online, e haja comercialização de anúncios, o que nunca foi aceito por Parker. Toda essa mudança revela que, aos 65 anos, o famoso crítico de vinhos tem a intenção de reduzir seu ritmo de trabalho e, quem sabe, até se aposente. De acordo com o mesmo, o mercado asiático cresceu e amadureceu e seria inevitável ficar fora dele. Ao que parece, os chineses estão invandindo mesmo o mundo dos vinhos. A revista inglesa Decanter, por exemplo, já possui colunista também em Cingapura, o Publisher do The Singapure Wine Review, Ch´ng Poh Tiong. Sem falar que os asiáticos estão inflacionando os preços dos vinhos nos últimos anos

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Os vinhos do Veneto: Valpolicella, Amarone, Bardolino e Soave

O Vêneto é uma das regiões vinícolas mais importantes da Itália. No que se refere à área plantada e produção fica apenas um pouco aquém das principais produtoras do país, a Sicília e a Apúlia, mas no que se refere ao renome de alguns dos seus vinhos ganha com folga dos seus dois concorrentes do Sul da Itália.
No que se refere à reputação e qualidade dos seus vinhos, a região é marcada por um desnível evidente entre a parte oriental e a parte ocidental. Enquanto a província de Verona, produz vinhos como o Soave, o Valpolicella, o Bardolino e o Amarone (Alguns dos mais famosos e consumidos vinhos italianos), praticamente ninguém conhece os vinhos de Berganze, Colli Berici, do Vale do Piave ou de Lison-Pramaggiore. Apenas o Prosecco se afirmou como uma ilha isolada na parte oriental da Região. Vamos conhecer só um pouquinho (ou melhor, um átimo como dizem os italianos) das mais importantes denominações do Vêneto:
Valpolicella: Nas encostas dos Pré-Alpes, a norte de Verona, crescem as uvas utilizadas para afabricação de um dos mais famosos tintos da Itália, o Valpolicella. Trata-se de um corte das uvas Corvina ou Corvinone, Rondinella, Molinara e pequenas quantidades de outras variedades locais. Tem um aroma que lembra frequentemente cerejas e um sabor seco, frutado e não muito intenso. Os melhores vinhos são feitos com uva da zona Clássica, ao redor de Fumane, Negar e San Pietro. É na minha opinião um dos melhores para acompanhar pratos de uma bella pasta!!!
Amarone: O Amarone é um dos vinhos italianos mais fortes, pesados e alcoólicos. Depois decolhidas, as uvas de Valpolicella são penduradas ou espalhadas em locais bem arejados e deixadas para secar durante dois ou três meses.
Esse processo de secagem faz com que o vinho fique extremamente concentrado e com um percentual alcoólico que pode atingir os 16 pontos. Um Amarone bem feito tem aroma intensos e um sabor extremamente pronunciado e pode amadurecer na garrafa durante longos anos. A variante doce do Amarone, conhecida como Recioto é do ponto de vista histórico muito antiga, mas quase não se fazem mais vinhos desse tipo na região.
Soave: O mais conhecido vinho branco italiano provém de uma região vinícola sutuada a leste da cidade de Verona. É produzido com uvas Garganega, Trebianno di Soave bem como Chardonnay e Borgonha branca e é particularmente bao como aperitivo, para companhar peixe ou marisco. As diferenças de qualidade entre os vinhos de diversos produtores padem ser incrivelmente surpreendentes. Os melhores exemplares provêm, de modo geral, das encostas da Zona Clássica nas regiões de Soave e Maonteforte.
Bardolino: Esse tinto leve e frutado tem origem nas margens do lado sudeste do Lago de Garda. é feito em princípio, com as mesmas castas que o Valpolicella. Infelizmente existem pouco produtores que fazem vinhos de qualidade superior. Em bons anos, estes vinhos muito agradáveis de beber são ótimos acompanhantes de um peixe frito, além de pratos de massa e carne de vitela.