quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O que muda com a D.O. Vale dos Vinhedos

Na primeira quinzena de novembro (2012) o Vale dos Vinhedos recebeu a primeira Demoninação de Origem (D.O.) de vinhos no Brasil e a notícia logo causou grande impacto no setor de bebidas do país. Há cerca de uma década os produtores do Vale dos Vinhedos buscam essa D.O. como uma forma de valorizar a produção local e a identidade dos produtos da região. Segundo a Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), os produtos devem agregar valor em até 30%. Em contrapartida, o consumidor terá uma garantia na forma de um selo, de que os vinhos foram realmente produzidos na região, obedecendo a padrões de qualidade e identidade. Mas a discussão a que se chega é se valerá a pena investir em um vinho com D.O. Vale dos Vinhedos, se algo mudará na produção de vinhos do Vale ou se apenas seria um pretexto para que estes se tornem ainda mais caros. O fato é que não basta estar dentro do Vale dos Vinhedos para conseguir ostentar o selo D.O. no vinho. Há uma série de requisitos que devem ser cumpridos além do perímetro delimitado para tal. As cultivares autorizadas são apenas: as tintas: Merlot (considerada o cultivar emblemático), além de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Tannat (auxiliares para corte de vinhos), as brancas: Chardonnay (principal) e Riesling Itálico (auxiliar para corte de vinhos), as para elaboração de Espumantes (brancos e rosados): Chardonnay e/ou Pinot Noir (principais) e Riesling Itálico (auxiliar para corte de vinhos base). A cultivar principal deve estar no mínimo 85% para vinhos varietais e 60% para cortes com as auxiliares. Para os espumantes, 60% deve ser Chardonnay e/ou Pinot Noir , sendo permitida apenas elaboração pelo método champenoise ou tradicional (2ª fermentação na garrafa). A chaptalização (adição de açúcar no mosto) e a concentração dos mostos não serão permitidas e a graduação alcoólica deve obedecer um teor mínimo. Apenas em anos com condições críticas excepcionais o Conselho Regulador da Aprovale poderá permitir o enriquecimento em até um grau, somente. Para entender mais sobre os motivos dessa proibição, consulte o artigo: A adição de açúcar e a Lei do Vinho. Tudo isto além de que o sistema de condução deve ser a espaldeira, as produtividades são limitadas, poderá haver a passagem dos vinhos por barris de carvalho, mas jamais por “chips” e lascas ou pedaços de madeira e ainda, a produção deverá se submeter a um processo de rastreabilidade através de análises codificadas promovidas pelo conselho regulador sobre a matéria-prima e os produtos finais. Se não bastasse, as bebidas ainda precisam ser aprovadas nas análises físico-químicas e na avaliação sensorial realizada pelo Comitê de Degustação, composto por técnicos da Embrapa, técnicos de associados da Aprovale e da Associação Brasileira de Enologia. Após passar por todos esses procedimentos para comprovar uma qualidade que começa a ser buscada já bem antes da colheita e que requer cuidados especiais em todas as etapas buscando a excelência, o vinho pode ganhar um selo que o valorize, tanto em qualidade, como em identidade local. Uma forma de valorizar esse trabalho minucioso feito pelos nossos vinhateiros brasileiros, que provam a cada dia para o Brasil e para o mundo que sabem sim fazer vinho de qualidade. Fontes: http://www.valedosvinhedos.com.br
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/09/vale-dos-vinhedos-no-rs-recebe-selo-de-denominacao-de-origem-de-vinhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário