Vinho e uma arte ele tem que ser respeitado como se respeita a uma mulher tem que ser valorizado como se valoriza uma mulher tem que ser guardado no lugar certo como se guarda uma mulher tem que ser bebido como se beija uma mulher e se você fizer tudo isso e um pouco mais você vai perceber o enorme prazer de ter tido paciência e respeito por esse que e uma experiência única, pois vinhos são como as mulheres se bem tratados se mostram com enorme formosura e elegância.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
O mito! Château d'Yquem na taça!
Como se constrói um mito? Não sei! Eu sou formada em Letras, fiz Literatura Grega, estudei os mitos, mas nunca me ensinaram o que é necessário para se criar um. É claro que sabemos que se tratam de histórias transmitidas de geração para geração e que chegaram até nós. Mas por que algumas sobreviveram e nos alcançaram e outras ficaram perdidas no tempo? Não tenho essa resposta!
Mas o mito que me propus a escrever aqui hoje foi criado a partir de alguns cachos de uvas botritizados e selecionados manualmente. Estou falando do grande Château d'Yquem.
Esse vinho, que é elaborado a partir de uvas que sofrem um ataque de fungos - a Botrytis cinerea - é tão famoso, que até grandes escritores já fizeram menção a ele em suas obras, como Fiodor Dostoievski, Marcel Proust, Júlio Verne, Alexandre Dumas Filho e Vladmir Nabokov. Afinal, não se constrói um mito sem uma boa divulgação!
O vinho em questão é o único vinho branco a receber uma classificação premier grand cru. E posso afirmar, após experimentar esse vinho ontem que ele merece essa honraria.
Estávamos reunidos no Bardega, para brindar o início de 2013, quando nosso amigo Evandro, do blog Confraria dos Panas, se levantou e foi encher sua taça com esse precioso líquido! Ele voltou para mesa e claro, todo mundo experimentou o famoso Yquem.
Com coloração amarelo ouro, logo se vê que se trata de uma joia mesmo. Seus aromas são mágicos... A cada nova agitada na taça, novos aromas se destacavam: damasco, pêssegos, amêndoas, nozes, cogumelos, mel, um toque enferrujado (não riam! eu achei que tinha uma pegada enferrujadinha bem interessante).
Na boca um equilíbrio incrível. A acidez e o açúcar se complementam. É untuoso, enche, envolve a boca. E só ontem consegui aprender o que é realmente um vinho persistente... Pude senti-lo em minha boca por um bom e delicioso tempo.
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