Vinho e uma arte ele tem que ser respeitado como se respeita a uma mulher tem que ser valorizado como se valoriza uma mulher tem que ser guardado no lugar certo como se guarda uma mulher tem que ser bebido como se beija uma mulher e se você fizer tudo isso e um pouco mais você vai perceber o enorme prazer de ter tido paciência e respeito por esse que e uma experiência única, pois vinhos são como as mulheres se bem tratados se mostram com enorme formosura e elegância.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Avaliação de chocolates finos....
Provavelmente você já ouviu falar de terroir, principalmente se o assunto for vinhos. Agora, o mesmo conceito de terroir, aplica-se ao cacau? Pode parecer estranho, mas o terreno e o cuidado de certos mestres chocolatier também podem produzir maravilhas com o cacau. Se você puder provar uma dessas clássicas barras vai descobrir o verdadeiro sabor do chocolate. É verdade, não é só blah, blah, blah… Embora já tivesse provado ótimos chocolates dark, até já comentamos nos posts Antioxidantes naturais. Saiba o que o chocolate pode fazer pela sua saúde e Chocolate Escuro vs. Chocolate ao Leite, também tinha dúvidas quanto a superioridade de algumas marcas, e se de fato, o terroir do cacau impactava — assim como acontece no vinho e no café — na qualidade final do chocolate. Degustação realizada, chegamos a algumas conclusões.
Sim, o terroir de grandes crus de cacau como o Chuao, Madagascar, produz chocolates incomparavelmente melhores que as tradicionais barras “Dark” encontradas no mercado. E olha pessoal, vale cada dólar gasto nessas barras.
Onde podemos comprar os chocolates de connoisseur como a Amedei, Pralus, Bonnat e Slitti? No Brasil, infelizmente, não podemos. Essa é a má notícia. Desconheço quem importe regularmente esses produtos. Em todo caso, quem puder comprar lá fora fará um excelente negócio.
Dessa nossa lista matadora ainda ficou de fora Michel Cluizel e Pierre Marcolini que devem integrar a próxima degustação (espero que muito em breve). Outro detalhe, provar chocolates com alto percentual de cacau não é uma tarefa fácil (do ponto de vista técnico). Mesmo provando pedaços pequenos, a uma certa altura é muito fácil perder o paladar. Por outro lado, a experiência de reunir marcas ícones e degustá-las simultaneamente é fantástica. Gostei da brincadeira!
Relação de chocolates degustados em ordem de classificação:
1. Amedei Chuao 70% cacau
Produzido a partir do rei dos reis entre os Crus de cacau, o Chuao, na Venezuela, o Amedei Chuao 70% foi o campeão disparado na degustação e fez jus a fama que tem. A Amedei dispensa muitas apresentações, seus chocolates apresentam muita personalidade e um acabamento impecável. De cor menos escura que os demais, levemente avermelhado, o Amedei mostrou uma complexidade excepcional. Aroma assertivo e muito frutado; sabor que lembra ameixas, uvas passas e frutas vermelhas, com uma textura macia e incrível acidez. Final longo e bem equilibrado, sem amargor. Fazendo uma analogia com os vinhos, o “Chuao” seria o Romanée Conti do cacau.
Preço: US$11,95 / 50g
2. Bonnat Chuao 75%
Outro excelente chocolate confeccionado com os grãos da cacau de Chuao. A francesa Bonnat, de Voiron, é um grande nome entre os chocolates finos, tradição que vem desde 1884. Nessa barra com 75% de cacau “Chuao”, a característica frutada também está presente. Não chega a ter a intensidade e o sabor da Amedei, mas impressiona por sua qualidade. No paladar é delicado, lembrando frutas vermelhas, acidez fina e ótima doçura.
Preço: US$ 8,25 / 100g
3. Pralus Fortíssima 80%
O francês François Pralus é um competente e premiado artesão de chocolates. Desde 1991 busca extrair o máximo dos melhores crus das variedades Criollo, Trinitario e Forastero. O Fortíssima 80% leva cacau apenas do Equador; com um perfil diferenciado, seu aroma é intenso, lembrando frutas secas como figo, avelãs e nozes. Encorpado, porém não parece que o chocolate tem 80% de cacau, tendo em vista sua classe e equilíbrio.
Preço: US$ 8,35 / 100g
4. Scharffen Berger Bittersweet 70%
Ótimo trabalho desenvolvido por essa jovem indústria fundada 1996, em Berkeley, na Califórnia. Em 2005 a empresa foi adquirida pela Hershey´s, mas acho que a qualidade não foi comprometida, pelo menos até agora. A cor é escura, mas não negra, o sabor é surpreendentemente frutado. Para a confecção do Bittersweet 70% foram utilizados nove tipos de grãos de cacau. Nessa barra predominam as notas de frutas vermelhas e citrinos. Na boca tem uma acidez viva, textura muito macia e saborosa, com um final longo e levemente adocicado. Excepcional relação qualidade/preço, por U$5 vale a pena comprar algumas barras.
Preço: US$ 5 / 85g
5. Bonnat Asfarth Dark Milk Chocolate 65%
Quem gosta de chocolate ao leite vai se esbaldar com o Asfarth Milk 65%. O produto integra a nova linha de chocolates ao leite da Bonnat que utilizam grãos selecionados de diferentes ilhas da Indonésia: Asfarth, Java e Surabaya. Muito aromático, ao melhor estilo dos grandes chocolates ao leite. Textura cremosa e delicada, sem exageros de gordura ou traços excessivos de aromatizantes. Delicioso, difícil não devorar a barra de uma só vez.
Preço: US$ 8,25 / 100g
6. Scharffen Berger Extra Dark 82%
O Extra Dark 82% mostrou complexidade e equilíbrio, mesclando aromas de cereja, café, tabaco e um agradável tostado. Muito saboroso e intenso, o Extra Dark 82% está longe de ser áspero. Assim como o Pralus, não parece que você está degustando um chocolate de mais de 80% de cacau.
Preço: US$ 5 / 85g
7. Slitti Lattenero Milk Bar 70%
A italiana Slitti é outra pequena empresa que aposta nos chocolates ao leite com alto percentual de cacau (45%, 51%, 62% e 70%). Apesar de ser um ótimo chocolate, o Lattenero 70%, não chegou a me impressionar. Não identifiquei nenhuma característica que o destaca-se, salvo a sua cremosidade nitidamente superior aos demais chocolates de 70% de cacau.
Preço: US$ 9,35 / 100g
8. Jubileu Extra Noir 70%
Não é tão complexo e rico quanto os anteriores, porém apresentou uma ótima relação qualidade/preço, isso aqui no Brasil, o que é o melhor de tudo. Em destaque as frutas secas como castanhas, avelãs e notas tostadas. O palato é bem agradável, com uma leve adstringência.
Preço: R$7,80
9. Lindt & Sprüngli Dark Extra Fine 85%
Um bom chocolate na categoria com mais 80% de cacau. Mais tostado e tem pouca fruta, pesadão demais para o meu gosto. Achei o Scharffen Berger Extra Dark 82% e o Pralus Fortíssima 80% mais equilibrados e interessantes. Da Lindt ainda prefiro o 70% cacau, mais suave e amarra menos na boca.
Preço: R$12
10. Hershey´s Special Dark 60%
Lastimável. Sem dúvida o pior de todos os chocolates degustados. Aliás, em relação aos artesanais, tivemos que deixá-lo de lado tamanho abismo de qualidade. Logo no primeiro contato revela a presença de aromatizantes artificiais (ao gosto do americano). Na boca é gorduroso e doce demais, enfim, muito sem graça.
Preço: R$8
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