quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O que é um vinho fortificado? Entenda a definição e veja alguns exemplos!

O vinho fortificado é, basicamente, um vinho ao qual se adiciona aguardente vínica ou outra bebida destilada, tornando-se mais alcoólico e recebendo a denominação de fortificado. A razão original para essa adição era para melhorar a conservação do vinho, pois o etanol contido nas bebidas destiladas é um anti-séptico natural. Desta forma, quando o vinho contém grandes concentrações deste composto ele estará em boas condições mesmo depois de um longo tempo de armazenamento, e não é a toa que estes vinhos são guardados por décadas e com suas características muito bem conservadas. Considerando que atualmente algumas técnicas já são eficazes para a conservação dos vinhos, os fortificados ainda são produzidos devido a suas características especificas e especiais. Hoje em dia, a principal razão para a sua produção está nos sabores distintos e atrativos que o processo adiciona ao produto final. O álcool de uma bebida destilada é capaz de matar as leveduras presentes no meio, sendo que o álcool torna-se tóxico para a levedura na casa de 18% de concentração média deste tipo de vinho. Se a tarefa das leveduras é transformar o açúcar em álcool, consequentemente, o processo de fermentação é interrompido e ainda resta uma quantidade de açúcar no meio, não convertida em álcool, resultando em um vinho com alto teor alcoólico mas, ao mesmo tempo, mais doce e mais forte. Agora que você entendeu isso, vamos conhecer algumas variedades de vinhos fortificados:
Porto: O famoso vinho do Porto, produzido na região de Douro, no norte de Portugal e a cerca de 100 km da cidade de Porto. Um dos vinhos mais conhecidos mundialmente, pelo seu sabor doce e fortificado. Veja aqui algumas curiosidades destes e de outros vinhos portugueses.
Xerez O xerez (em castelhano jerez e inglês sherry) é um tipo de vinho fortificado, licoroso, típico da Espanha, envelhecido no sistema de soleira. Seu nome é derivado da região onde é elaborado, Xerez da Fronteira, em castelhano Jerez de la Frontera. Como a maioria dos vinhos fortificados é elaborada com uvas tintas, o Xerez é a deliciosa exceção a regra, uma vez que ele é feito com uvas brancas, sendo a variedade Palomina a mais utilizada. Este vinho é considerado por muitos como a antítese do vinho do Porto, pois além da cor da variedade de uva utilizada, o seu processo de fermentação pode ser finalizado antes de ser fortificado, enquanto o vinho do Porto é fortificado durante o processo de fermentação. Desta forma, o Xerez geralmente é seco, mas a doçura adquirida ao final do processo.
Madeira: Este é o vinho fortificado feito nas Ilha da Madeira, principal ilha do Arquipélago da Madeira com cerca de 740 km2 de área, situado no Oceano Atlântico a sudoeste da costa portuguesa. Os vinhos variam de secos a doces, enquanto mais secos podem ser servidos sem acompanhamento, ou mesmo com aperitivos, os doces são constantemente servidos com a sobremesa. Enquanto isso, os vinhos fortificados desta região são realmente muito fortes e muito recomendados para serem consumidos durante as refeições.
Vermute: Um tipo exclusivo de vinhos fortificados, um vinho seco com um leve toque de amargor. Basicamente, o vermute é composto de 70% (no mínimo) de vinho, álcool, açúcar e infusões de ervas de diversos tipos, que dependem de cada fabricante (como canela, camomila e outros). Todo o bom vermute tem em sua composição pequenas quantidades de água salobra (com sais dissolvidos) para reduzir sua acidez.
Marsala: Marsala é um tipo de vinho fortificado produzido nos arredores de cidade que lhe dá nome, na Sicília, Itália. As versões fortificadas da região recebem a adição de conhaque para produzir vinhos fortificados de dois estilos diferentes. Um é feito jovem, com idade mínima de 4 meses e concentração de álcool bastante elevada, cerca de 17%. O outro é o chamado Superiore, que tem uma concentração de álcool um pouco mais elevada, cerca de 18%, e envelhecido por pelo menos 2 anos. A exemplo de outros vinhos regionais, o Marsala tem denominação de origem controlada.
Muscat: A Austrália está emergindo como um produtor mundial de vinhos e tem o Muscat, um dos melhores fortificados do país, para apresentar ao mundo. No seu caso, as uvas utilizadas são deixadas para amadurecer bem além do tempo normal da colheita. O vinho final tem sabor adocicado e está entre os vinhos mais intensos do mundo. Os vinhos fortificados podem ser uma grande opção na busca de novos sabores e experiências. Querendo ou não, acredito que você pode contar nos dedos quantas vezes degustou um bom vinho fortificado, pois suas impressões são difíceis de esquecer. E você, aprecia vinhos fortificados? Qual a sua grande lembrança?

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