quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Guia sobre o par perfeito: Queijos e Vinhos!

A química colabora! É assim que eu começo o texto para descrever a harmonização entre queijos e vinhos. O que mais colabora para que isso seja verdade é a grande diversidade de ambos, sendo que hoje podemos encontrar centenas de tipos de queijo no mercado e prateleiras infindáveis de vinhos, ampliando a possibilidades de combinações e as chances de uma boa harmonização. Combinação clássica, seja em uma noite entre amigos ou uma noite tranqüila em casa, mais simples ou mais completa, não importa, sempre recorremos a uma boa tábua de queijos variados e alguns rótulos de vinho. Isso soa quase como unanimidade. A praticidade também conta muito, sem perder em sabor e qualidade. Por isso, resolvi coletar algum material sobre o tema para compilar este pequeno Guia sobre a harmonização entre queijos e vinhos. O mais importante, mais uma vez, é lembrarmos que não há nenhuma regra para as harmonizações. O essencial é que você possa escolher o que mais agrada o seu paladar e se adapte ao seu bolso, sendo que os queijos e o vinhos serão, na verdade, o acompanhamento de boas conversas e histórias. Aqui vão algumas dicas que podem colaborar na hora da escolha de cada um, mas vale lembrar que há diversos queijos que vão bem com diversos vinhos: 1 – Idéia geral: Sabores complementares A mesma idéia geral para se harmonizar vinhos e pratos também é válida aqui, ou seja, combinar sabor e intensidade do queijo e do vinho. Por exemplo: - Queijos frescos: Vinhos brancos leves, frutados e refrescantes, com acidez marcante. Vinhos: Sauvignon Blanc, Albariño, Muscadet ou espumantes. - Queijos brancos moles: Combinar com Espumantes (para combinar a acidez, equilibrar o sal e dar refrescância), além da possibilidade de vinhos como Riesling e Gewürztraminer - Queijos semimoles: Boas harmonizações com brancos aromáticos como Riesling, Gewürztraminer, Arneis e Torrontés, Além disso, há a possibilidade de combinar com tintos leves e frutados, como Pinot Noir, Beaujolais, Barbera e Dolcetto - Queijos duros: De sabor mais forte e complexo precisam de vinhos mais encorpados - Queijos azuis: O sal e potência destes queijos levam as combinações com vinhos desde tintos até os vinhos doces. 2 – Recorrendo ao recomendado: Vinho, queijo e origem Apesar de não ser sempre verdade, optar pela mesma origem de queijo e vinho pode ser uma boa opção. A origem conta muito e pode resultar em combinações interessantes, e temáticas! 3 – Observar e balancear para harmonizar: Brilho e cremosidade Esta também vale para a harmonização geral de vinhos e alimentos, mas que pensando em queijos e vinhos também pode ser importante, pois a harmonização nada mais é do que ter um balanço entre os dois na boca, para que os sabores se complementem. Se você recorreu a um vinho de bom brilho e acidez, como um espumante brasileiro, é uma boa idéia optar por um queijo de boa cremosidade para neutralizar sua acidez. Da mesma forma, um vinho branco redondo vai ser bem acompanhado por um queijo mais duro e menos cremoso. Esta combinação de acidez e cremosidade já resolve muito... 4 – Peculiar e interessante: Doce e salgado Outro casamento interessante fica por conta do “contraste-positivo” entre o doce e o salgado. Não é a toa que conhecemos as famosas combinações entre um Porto e o Stilton, e um Sauternes com Roquefort. Este queijo é cremoso, salgado e combina muito bem com a doçura de um bom Porto na taça. Ou seja, há uma boa probabilidade da combinação entre vinhos de sobremesa e queijos mais salgados ser muito positiva... Vinhos tintos:
Vinhos brancos e tintos sempre serão bons pares para os queijos. Dito isso, é importante apenas associarmos as características de ambos para que a combinação seja sempre melhor. De forma geral, o espectro de vinhos tintos pode chegar a um ponto mais encorpado que os brancos, tornando-se mais indicados no caso de queijos de sabor e aroma muito fortes. Mas não apenas para queijos fortes, pois se pensarmos em outros queijos, de intensidade baixa ou média de aromas, também podemos encontrar vinhos suaves, aromáticos, menos encorpados que poderão ser uma ótima pedida para a harmonização. Para exemplificar tudo isso dando foco nos vinhos, vamos pensar em algumas categorias de vinhos e quais queijos seriam bons acompanhantes. 1 - Leves e frutados Queijos: Vai abrir um vinho leve e frutado? Quando pensamos em queijos para combinar com vinhos desta categoria, provavelmente a Mussarela vira uma opção básica. Além deste queijo, podemos considerar também o Suíço, Emmental, Gruyère e outros. Vinhos: Enquanto isso, bons vinhos leves e frutados são feitos com a uva Gamay, como o famoso Beaujolais (França) e mesmo opções de ótimo custo-benefício feitas no Brasil. Vinhos feitos com Pinot Noir acabam sendo uma ótima opção, além de serem um pouco mais “flexíveis” e poderem acompanhar vinhos um pouco mais curados. Você deve recorrer a vinhos com mais potencial aromático do que necessariamente corpo e potencial tânico. Um exemplo do que se evitar seria colocar um vinho leve e frutado com um queijo realmente “fedorento”, como o caso do Muenster (quem nunca provou, quanto tive a oportunidade vai se lembrar disso!). 2 - Corpo médio Queijos: Quando o vinho tiver um corpo médio, você pode acompanhar um vinho mais forte que os anteriores. Neste caso, alguns exemplos são o Provolone, Morbier, o próprio Emmental (mais curtido), Gouda e Edam. Em geral, você pode recorrer a queijos da categoria de semi-duros. Vinhos: Mais uma vez, para não ter muito erro, eu apostaria em um rótulo de Pinot Noir. Além disso, vinhos de Merlot e Zinfandel podem ser muito recomendados também. 3 – Encorpados Para vinhos tintos encorpados: queijos fortes. E diversos exemplos de vinhos podem servir bem para o acompanhamento, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah (que me agrada muito) e muitos outros. Quanto mais duro e curado o queijo, mais tânico pode ser o vinho.
Vinhos brancos: Os vinhos brancos são muito interessantes, quando não o par perfeito, para alguns tipos de queijo. Vamos ver alguns exemplos dando foco nos vinhos brancos: Chardonnay Pela grande variedade de vinhos com esta uva permite uma grande variação. Desde vinhos mais novos, com aromas e acidez marcante, para vinhos brancos moles, até a possibilidade de alguns vinhos duros, com vinhos mais encorpados. Sauvignon Blanc Uma uva interessante, pois mesmo que tenha um corpo leve pode ter um potencial aromático e de sabor muito intenso, que acompanha bem desde queijos leves até um pouco mais fortes. Vinhos da Nova Zelândia e Califórnia podem acompanhar desde queijos brancos moles (Brie e Camembert) até semi-moles (Edam, Gouda, etc). Gewürztraminer Se for abrir um vinho desta casta, poderá optar por um queijo de textura rica, como de cabra, suíços, Brie, Camembert e outros. Riesling Uma uva de vinhos de peso, principalmente na Alemanha, França e Áustria. Geralmente são vinhos encorpados para o padrão médio dos brancos, podendo se adaptar a queijos de sabor marcante, como Gouda, Emmental e outros. Em alguns casos específicos, podem ser um dos poucos brancos capazes de acompanhar alguns queijos azuis. Amigos, vale lembrar que o melhor da harmonização está na prática e não na teoria. Ouse, tente e aproveite: Nada de regras, apenas bons vinhos e bons queijos. Saúde!

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